António Horta Osório anuncia saída do Lloyds a partir de junho do próximo ano

por RTP
Elijah Nouvelage - Reuters

O presidente executivo do Lloyds, António Horta Osório, anunciou hoje a saída do banco inglês em junho do próximo ano. O banqueiro conclui 10 anos na instituição "para beneficio da instituição e do próprio".

"Horta Osório decidiu deixar o cargo de CEO do Lloyds em 2021 após uma década de enorme importância para o maior banco de Inglaterra e altamente desafiante para o gestor", adianta.

Numa nota de imprensa, o Lloyds Banking Group realça que António Horta Osório entende que "as pessoas não se devem perpetuar nos cargos, para benefício das instituições e dos próprios".

A saída do presidente executivo acontece após terminar o terceiro plano estratégico para o período 2018 - 2020, "que tinha como principais objetivos preparar o banco para um mundo digital e contribuir para a transição do Reino Unido para uma economia de baixo carbono".

"Ao longo dos próximos 12 meses, Horta Osório vai concluir a implementação do plano estratégico apresentado em 2018, continuar a liderar a resposta do banco aos enormes desafios colocados pelas consequências económicas da pandemia", adianta a nota.

A saída acontece dentro de um ano, com a intenção de fazer uma transição "tranquila e organizada".

"Misto de emoções"

"É com um misto de emoções que anuncio a minha intenção de deixar o Lloyds Banking Group em junho do próximo ano. Foi um enorme privilégio ter contado com o apoio de uma equipa extraordinária, tanto no Conselho de Administração como no Conselho Executivo, com a qual vou continuar a contar até terminarmos a implementação do nosso plano estratégico, contribuindo para transformar o Grupo no banco do futuro", defendeu António Horta Osório, citado na nota.

“Foi uma honra fazer parte da transformação de grande parte das nossas áreas de negócio. Sei que, quando deixar o cargo de CEO do Grupo no próximo ano, o banco terá a força estratégica, financeira e de gestão necessária para continuar a reforçar a sua posição de liderança no mercado”, considera.

Liderar o turnaround

O Lloyds foi intervencionado no seguimento da crise financeira, que obrigou à entrada do Estado no capital em 39%. Horta Osório foi chamado na altura, em março de 2011, para liderar a recuperação. Poucos meses depois de entrar, problemas de saúde motivados pelo excesso de trabalho afastaram-no do banco.

Voltou e conseguiu recuperar o banco, devolver o dinheiro injetado pelo Estado acrescido de mais mil milhões de libras e abrir caminho para que a instituição voltasse para a esfera privada, em 2017.

Quatro anos depois de entrar, o banco tinha voltado aos lucros e pagava dividendos aos acionistas.

O Lloyds tem hoje 16 milhões de clientes digitais e é a instituição com a maior base de acionistas da Inglaterra, com mais de 2,4 milhões de acionistas.

Chairman elogia “extraordinária contribuição”

Também numa citação no comunicado, o chairman do Lloyds, Lord Blackwell, diz querer aproveitar esta oportunidade para homenagear a "extraordinária contribuição do António Horta Osório, ao longo da última década, primeiro liderando o `turnaround` e, depois, o desenvolvimento estratégico do Grupo".

"O seu compromisso pessoal e a sua forte visão conduziram a um período de mudanças massivas e bem-sucedidas no Grupo, devolvendo o Lloyds à sua posição de destaque para ajudar o Reino Unido a prosperar como principal banco comercial e de retalho do país".

“Durante a sua gestão, Horta Osório supervisionou uma transformação abrangente do balanço do grupo, das várias divisões de negócio e das propostas aos clientes do grupo, incluindo o reembolso do investimento de 21 mil milhões de libras realizado pelo governo do Reino Unido e a evolução do Grupo para o maior banco digital do país”, acrescenta.

 

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