Economia
António Ramalho deixa presidência executiva do Novo Banco no verão
António Ramalho vai abandonar o cargo de CEO do Novo Banco em agosto deste ano, confirma a instituição em comunicado. A intenção foi comunicada esta quinta-feira ao Conselho Geral e de Supervisão. O gestor vai agora “apoiar o processo de transição para o seu sucessor”.
“António Ramalho acredita ser este o momento certo para anunciar o seu desejo de deixar o cargo que assumiu há cerca de seis anos”, lê-se na nota assinada por Byron Haynes, presidente do Conselho Geral e de Supervisão.
Embora tenha reportado, em março, lucros de 184,5 milhões de euros no ano passado – o que aconteceu pela primeira vez desde o culminar do processo de resolução do Banco Espírito Santo, que deu lugar à nova instituição –, o Novo Banco acenou com o pedido de 209 milhões de euros adicionais ao Fundo de Resolução. Algo que foi rebatido quer por este mecanismo, quer pelo Ministério das Finanças.
No momento de confirmar a saída, o Conselho Geral e de Supervisão (CGS) sustenta que, “ao longo destes seis anos, António Ramalho liderou o Novo Banco e conduziu-o com confiança durante um desafiante mas bem-sucedido processo de venda”.
“Em particular nos últimos quatro anos concluiu a limpeza do balanço do banco de todos os problemas do legado herdado do antigo BES, conduziu o Novo Banco a um caminho de rentabilidade sustentável e concluiu o Plano de Reestruturação de acordo com os Compromissos acordados entre a República Portuguesa e a Comissão Europeia, através da DGComp (Direção Geral da Concorrência da UE)”, prossegue o comunicado.
“Faço questão em agradecer a António Ramalho a sua liderança ímpar, a sua dedicação e o seu contributo para garantir a viabilidade de longo-prazo do Novo Banco. António Ramalho foi o rosto da liderança de um processo de transformação do Banco, que incluiu a concretização de todos os compromissos definidos no Plano de Reestruturação”, assinala Byron Haynes.
"Processo único e irrepetível"
Por sua vez, António Ramalho, citado no comunicado, aponta o “privilégio que constituiu a possibilidade de liderar uma vasta equipa num processo único e irrepetível, numa conjuntura adversa e em cujo sucesso poucos acreditavam, preservando um banco sistémico, milhares de postos de trabalho e um incontável número de empresas, e dessa forma o normal funcionamento da economia portuguesa”.
“Vão ser desencadeados pelo órgão competente, o Comité de Nomeações do CGS, os procedimentos com vista à sua sucessão e as suas conclusões serão anunciadas oportunamente, logo que concluído o processo”, lê-se ainda no comunicado do Novo Banco.
António Ramalho vai continuar a exercer o cargo de CEO até ao início de agosto, já depois da apresentação de resultados da primeira metade do ano.
O percurso
António Ramalho assumiu a liderança do Novo Banco em agosto de 2016, sucedendo a Eduardo Stock da Cunha. Manteve-se no cargo depois da compra de 75 por cento da instituição pelo fundo de investimento norte-americano Lone Star.Até ao momento, o Novo Banco averbou 3.405 milhões de euros de dinheiro público, de um máximo de 3.890 milhões possíveis.
No passado mês de janeiro, foi questionada a relação entre o presidente executivo do Novo Banco e o ex-presidente do Benfica - devedor do Novo Banco - Luís Filipe Vieira. Concretamente, surgiram dúvidas sobre a idoneidade de António Ramalho.
A imprensa divulgou então conversas telefónicas entre Ramalho e o ex-administrador do Novo Banco Vítor Fernandes, agora presidente da SIBS, nas quais o CEO afirmou estar a agendar uma reunião com o então presidente do Benfica para o "preparar" para a comissão parlamentar de inquérito.
António Ramalho tem reiterado que a sua idoneidade "é avaliada em permanência", escusando-se a fazer mais comentários. No início deste mês, todavia, em conferência de imprensa, quando questionado sobre o tema que levou o Banco Central Europeu a investigar a sua relação com Luís Filipe Vieira, o gestor disse não haver fotografias suas com o ex-presidente do Benfica.
c/ Lusa
Embora tenha reportado, em março, lucros de 184,5 milhões de euros no ano passado – o que aconteceu pela primeira vez desde o culminar do processo de resolução do Banco Espírito Santo, que deu lugar à nova instituição –, o Novo Banco acenou com o pedido de 209 milhões de euros adicionais ao Fundo de Resolução. Algo que foi rebatido quer por este mecanismo, quer pelo Ministério das Finanças.
No momento de confirmar a saída, o Conselho Geral e de Supervisão (CGS) sustenta que, “ao longo destes seis anos, António Ramalho liderou o Novo Banco e conduziu-o com confiança durante um desafiante mas bem-sucedido processo de venda”.
“Em particular nos últimos quatro anos concluiu a limpeza do balanço do banco de todos os problemas do legado herdado do antigo BES, conduziu o Novo Banco a um caminho de rentabilidade sustentável e concluiu o Plano de Reestruturação de acordo com os Compromissos acordados entre a República Portuguesa e a Comissão Europeia, através da DGComp (Direção Geral da Concorrência da UE)”, prossegue o comunicado.
“Faço questão em agradecer a António Ramalho a sua liderança ímpar, a sua dedicação e o seu contributo para garantir a viabilidade de longo-prazo do Novo Banco. António Ramalho foi o rosto da liderança de um processo de transformação do Banco, que incluiu a concretização de todos os compromissos definidos no Plano de Reestruturação”, assinala Byron Haynes.
"Processo único e irrepetível"
Por sua vez, António Ramalho, citado no comunicado, aponta o “privilégio que constituiu a possibilidade de liderar uma vasta equipa num processo único e irrepetível, numa conjuntura adversa e em cujo sucesso poucos acreditavam, preservando um banco sistémico, milhares de postos de trabalho e um incontável número de empresas, e dessa forma o normal funcionamento da economia portuguesa”.
“Vão ser desencadeados pelo órgão competente, o Comité de Nomeações do CGS, os procedimentos com vista à sua sucessão e as suas conclusões serão anunciadas oportunamente, logo que concluído o processo”, lê-se ainda no comunicado do Novo Banco.
António Ramalho vai continuar a exercer o cargo de CEO até ao início de agosto, já depois da apresentação de resultados da primeira metade do ano.
O percurso
António Ramalho assumiu a liderança do Novo Banco em agosto de 2016, sucedendo a Eduardo Stock da Cunha. Manteve-se no cargo depois da compra de 75 por cento da instituição pelo fundo de investimento norte-americano Lone Star.Até ao momento, o Novo Banco averbou 3.405 milhões de euros de dinheiro público, de um máximo de 3.890 milhões possíveis.
No passado mês de janeiro, foi questionada a relação entre o presidente executivo do Novo Banco e o ex-presidente do Benfica - devedor do Novo Banco - Luís Filipe Vieira. Concretamente, surgiram dúvidas sobre a idoneidade de António Ramalho.
A imprensa divulgou então conversas telefónicas entre Ramalho e o ex-administrador do Novo Banco Vítor Fernandes, agora presidente da SIBS, nas quais o CEO afirmou estar a agendar uma reunião com o então presidente do Benfica para o "preparar" para a comissão parlamentar de inquérito.
António Ramalho tem reiterado que a sua idoneidade "é avaliada em permanência", escusando-se a fazer mais comentários. No início deste mês, todavia, em conferência de imprensa, quando questionado sobre o tema que levou o Banco Central Europeu a investigar a sua relação com Luís Filipe Vieira, o gestor disse não haver fotografias suas com o ex-presidente do Benfica.
c/ Lusa