APDL pede a empresas que levantem contentores autorizados a sair do Porto de Leixões
A Administração do Porto de Leixões, em Matosinhos, apelou hoje às empresas que levantem os contentores que já tem autorização de saída, depois de os constrangimentos causados pelo novo sistema aduaneiro terem levado à lotação daquela infraestrutura.
Em comunicado, a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo, S.A. (APDL) salientou que agora "o mais importante é estabilizar o novo sistema aduaneiro" para que seja "retomada a normalidade do sistema portuário", reiterando que, "só com este sistema portuário a funcionar em pleno é possível garantir a movimentação de grandes volumes de carga com eficiência, apesar da forte limitação de espaço disponível nos terminais".
Segundo lembra a APDL, "a recente entrada em funcionamento do novo sistema informático da Autoridade Tributária e Aduaneira (SIMTEM) gerou constrangimentos com impacto direto na operação de Contentores e Carga Geral no Porto de Leixões, nomeadamente na fluidez do despacho aduaneiro".
Aqueles constrangimentos originaram a "acumulação de contentores nos terminais ao ponto de esgotar a sua capacidade".
"Nesta fase, é também crucial que as empresas façam o levante dos contentores que já têm autorização de saída, os quais já foram divulgados junto dos clientes e transportadores através dos canais de negócio que a APDL e o concessionário TCL possuem", explica a APDL .
A APDL apela, por isso, "a todas as empresas e transportadores para que colaborem neste processo de levantamento de mercadoria, de forma a desocupar os terminais e a tornar possível a receção de carga dos navios planeados para os próximos dias".
No texto, a APDL garante ainda que "o serviço marítimo para as Regiões Autónomas está normalizado e em operação, pelo que estão a ser carregados navios com destino às ilhas sem qualquer constrangimento".
Na terça-feira, o Governo Regional da Madeira pediu a intervenção do primeiro-ministro, Luís Montenegro, para que fosse encontrada uma solução urgente, uma vez que o abastecimento ao arquipélago estaria em causa e na quarta-feira a Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD) pediu uma "intervenção urgente" do Governo Regional junto da República, para uma "rápida normalização" do fluxo de mercadorias por via marítima com destino à região.
Para a APDL, "este episódio veio tornar ainda mais evidente uma realidade já conhecida: o elevado volume de carga movimentado, o elevado grau de automatização e o facto de o Porto de Leixões operar próximo do limite da sua capacidade infraestrutural tornam o sistema particularmente sensível a quaisquer perturbações".
A APDL reforça ainda "a urgência e a relevância dos investimentos estruturais já previstos, essenciais para garantir maior resiliência, competitividade e capacidade de resposta a situações desta natureza, em particular a ampliação do Terminal de Contentores Norte".+