Área 4 do Rovuma prepara segunda plataforma de exploração de gás em Moçambique

A concessionária da Área 4 do Rovuma está a preparar uma segunda plataforma flutuante, cópia da primeira e designada Coral Norte para duplicar a extração de gás ao largo da costa norte de Moçambique, refere um estudo preparatório.

Lusa /

"A concessionária da Área 4 propõe como forma mais eficiente de maximizar a recuperação e rentabilização dos recursos de gás da reserva Coral, um segundo projeto FLNG", sigla em inglês que identifica a plataforma flutuante, lê-se no estudo de pré-viabilidade ambiental.

O documento elaborado pela firma moçambicana Consultec para a petrolífera Eni, operador delegado do consórcio, foi divulgado pelo portal informativo Zitamar.

O investimento previsto é de sete mil milhões de dólares (6,3 mil milhões de euros) e vai ainda ser sujeito à aprovação do Governo moçambicano.

Se o cronograma correr como previsto, a plataforma começará a produzir no segundo semestre de 2027 -- ou seja, poderá arrancar ainda antes dos projetos em terra, que dependem de implicações de segurança devido à insurgência armada em Cabo Delgado.

A Coral Norte ficará estacionada 10 quilómetros a norte da Coral Sul cuja produção arrancou em novembro, tornando-se no primeiro projeto a tirar proveito das grandes reservas da bacia do Rovuma.

O projeto FLNG Coral Norte "será uma réplica da Coral Sul", a 50 quilómetros da costa e ligado a seis poços submarinos a 2.000 metros de profundidade.

A Área 4 ficará assim a produzir sete mtpa (milhões de toneladas por ano).

Ao nível do estudo preliminar, "nenhum dos impactos identificados constitui uma questão fatal". 

Ou seja, "foram identificados vários impactos sociais e ambientais potencialmente significativos, como, por exemplo, as potenciais emissões atmosféricas e de ruído", no entanto, "são conhecidas medidas de mitigação adequadas para esses impactos".

"Todos os impactos identificados serão cuidadosamente investigados e mitigados na fase do Estudo de Impacto Ambiental", que se seguirá e que deverá incluir em breve sessões de consulta pública.

Os requisitos de mão-de-obra "irão variar ao longo do ciclo de vida da FLNG Coral Norte", acrescenta-se no documento.

O estudo de pré-viabilidade ambiental refere ainda que entre a perfuração dos poços e o arranque o projeto deverá empregar até 1.400 pessoas, mas serão sobretudo profissionais especializados estrangeiros.

Durante a fase de operação haverá até 900 empregos, com mais oportunidades para trabalhadores moçambicanos.

A Área 4 é operada pela Mozambique Rovuma Venture (MRV), uma `joint venture` em copropriedade da ExxonMobil, Eni e CNPC (China), que detém 70% de interesse participativo no contrato de concessão. 

A Galp, Kogas (Coreia do Sul) e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (Moçambique) detêm cada uma participação de 10%.

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