Segundo a proposta, apresentada pela bancada da coligação PSD/CDS-PP e aprovada com 58 votos a favor e 32 contra, aquelas duas freguesias darão lugar a uma única, denominada Seide.

"São duas localidades com uma grande proximidade, não só física como também cultural", explicou à Lusa o presidente da concelhia do PSD, Vítor Moreira, o autor da proposta aprovada pela Assembleia Municipal.

Vítor Moreira acrescentou que a proposta, apesar de prever apenas a redução de apenas uma freguesia, lhe parece "razoável" face aos pressupostos da lei.

Na Assembleia Municipal, foi apresentada uma outra proposta, pela mão do Bloco de Esquerda, que defendia a manutenção das 49 freguesias, mas que acabaria por nem sequer ser votada, face à aprovação da do PSD-CDS.

A proposta aprovada vai ser remetida à unidade técnica responsável pelo processo nacional de agregação de freguesias, a quem competirá ou aprová-la ou remetê-la à Assembleia Municipal, se verificar que não está de acordo com a legislação.

Contactado pela Lusa, o presidente da Junta de Seide S. Paio, Fernando Paiva, eleito pela coligação PSD/CDS-PP, disse que votou contra a proposta, por a considerar "uma humilhação" para a freguesia que dirige.

O autarca sublinhou que a proposta "não cumpre os preceitos da lei" e, como tal, manifestou-se certo de que "será chumbada".

"Quiseram arranjar uma espécie de cobaia, para ganharem algum tempo, e lembraram-se de nós", criticou.

Já o presidente da Junta de Seide S. Miguel, Manuel Amaro, também eleito pelo PSD/CDS-PP, votou a favor da proposta, por considerar que mais vale ser "a gente" do concelho a decidir do que "os senhores de Lisboa".

No entanto, Manuel Amaro também considera que esta questão "não acaba aqui" e que pode mesmo "não dar em nada".

Neste processo, a freguesia de Seide S. Paio funcionaria como freguesia "agregada", por ser a mais pequena e ter menos habitantes, enquanto a Seide S. Miguel seria a "agregadora".