Associação das Termas de Portugal apela ao apoio do próximo quadro comunitário

Luso, 26 jul (Lusa) -- A Associação das Termas de Portugal apelou hoje à necessidade do próximo quadro comunitário de apoio contemplar verbas para o setor, sob pena de o investimento de 300 milhões de euros realizado na última década não alcançar o retorno esperado.

Lusa /

A presidente da Associação das Termas de Portugal disse hoje à agência Lusa que o setor emprega, diretamente, cinco mil pessoas e surge como impulsionador regional, já que todo o produto associado é 100% nacional.

Por isso, defendeu Teresa Vieira, o quadro comunitário de apoio 2014-2020 deve olhar com atenção para o setor, até porque o parlamento europeu fez recentemente uma recomendação para que a Europa consiga atingir o lugar cimeiro no turismo de saúde ligado aos produtos endógenos.

"O setor está bem e recomenda-se. Nunca tivemos tantos balneários requalificados em Portugal como neste momento. Além do investimento feito nos próprios balneários, convém recordar tudo aquilo que foi feito nos espaços públicos envolventes, nos arruamentos, nos jardins, nos parques e em toda a componente imaterial", sublinhou a dirigente.

Embora insatisfeita com a suspensão da comparticipação do Serviço Nacional de Saúde para esta terapêutica, Teresa Vieira recordou que as termas conseguem cerca de 100 mil turistas por ano, sendo agora tempo de olhar para mercados externos e para outras faixas etárias.

"Esta grande requalificação feita em Portugal permitiu que os públicos mais jovens se aproximassem mais das termas. Apesar disso, estamos a fazer um esforço no sentido de comercializar o produto em mercados externos, como o alemão. A ausência de apoio do Serviço Nacional de Saúde, contudo, retira-nos competitividade", alertou.

Hoje, com o apoio da Associação, a Fundação Luso inaugura uma exposição que pretende promover e divulgar "o mapa do termalismo português com as suas diferenciações, características e indicações terapêuticas, destacando o impacto que tem nas economias locais", frisou à Lusa o presidente da instituição.

Num momento em que "o mercado está em queda e o setor está a sofrer devido à crise", Nuno Pinto Magalhães explicou que a exposição no Luso "pretende desafiar os consumidores a fazerem uma descoberta saudável de um recurso singular", assim como "combater mitos de que o termalismo é apenas para os idosos e para os doentes".

Já o presidente do Turismo do Centro, Pedro Machado, destacou à Lusa a prioridade dada a esta área, com o estatuto de "domínio diferenciador", aguardando-se pela definição do financiamento destinado à requalificação e qualificação das unidades termais, que resultará na defesa deste setor" no turismo de negócios, sénior e turismo médico.

De resto, o Programa Operacional Regional do Centro de 2007/2013 já destacava o abandono e/ou do estado de degradação de uma grande parte das fontes e estruturas.

Das 16 estâncias termais localizadas na região, oito são destacadas pela sua relevância a nível nacional: Curia, Luso, Monfortinho, S. Pedro do Sul, Caldas da Felgueira, Alcafache, Monte Real e Vimeiro.

"Estamos a falar de milhares de postos de trabalho, sendo que a região centro é aquela que possui mais peso neste setor em Portugal. Para se ter uma ideia, as termas em São Pedro do Sul são as mais procuradas no país, por 20 mil aquistas anuais, enquanto o segundo balneário termal, em Chaves, regista cerca de cinco mil pessoas" em igual período de tempo, exemplificou Pedro Machado.

A exposição "Termas de Portugal 2013" estará patente até 30 de setembro. Ao fim de semana, a mostra pode ser vista das 15:00 às 20:00 e de terça-feira a sexta-feira das 10:00 às 17:00, no Casino do Luso.

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