Aumentos salariais da função pública de 0,9% custam 225 milhões de euros

A proposta de aumentos salariais para a função pública em 2022, apresentada aos sindicatos, vai custar cerca de 225 milhões de euros brutos. O valor foi avançado pela presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos, Helena Rodrigues, citando dados do Governo. A ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública explica que o aumento resulta de uma revisão do cenário macroeconómico.

RTP /
Reuters

O governo propõe um aumento salarial para a função pública de 0,9%. Os valores foram avançados ontem pela Ministra da administração pública aos sindicatos na segunda reunião desta semana. Segunda-feira, os sindicatos disseram que não tinham recebido garantias de que houvesse aumentos.

A ministra justifica o aumento com uma revisão em alta do cenário macroeconómico.

"Tendo em conta isso e a vontade que eu própria manifestei na segunda-feira que era o desejo de todo o Governo que pudesse haver essa valorização, foi possível com um esforço (atribuir aumentos salariais)", afirmou Alexandra Leitão esta noite, após a ronda negocial com as três estruturas sindicais.

O aumento de 0,9 por cento representa para os cofres do estado um custo de 225 milhões de euros, revelou a STE. Segundo a líder sindical, o executivo apresentou um "encargo orçamental bruto (sem contar com a receita de impostos e contribuições para o Estado) de 225 milhões de euros". A presidente do STE considerou que o valor está "sobrestimado".

A ministra Alexandra Leitão diz que a discussão do Orçamento do Estado ainda está numa fase muito embrionária e que por isso não é possível avançar já quando é que estes aumentos se vão concretizar.


Os sindicatos queixam-se de que a proposta do Governo não é suficiente. A presidente do STE, Helena Rodrigues, disse no entanto valorizar o sinal dado pelo Governo.

"Não é aquilo que pretendíamos (...), mas já se aproximou do que é um processo negocial, é um primeiro passo", considerou a sindicalista.

Além da atualização salarial de 0,9% para 2022, a ministra disse que mantém em cima da mesa as outras matérias para a função pública, nomeadamente a valorização do salário de entrada dos técnicos superiores.

Sobre este tema, "a negociação ocorrerá em 2022" e "a tempo" de produzir efeitos no próximo ano, acrescentou.

A ministra disse ainda que a valorização do salário de entrada dos técnicos superiores será aplicada "ainda que gradualmente" aos atuais trabalhadores e não apenas aos que vierem a entrar na administração pública.

Hoje, o Governo vai fechar a proposta do Orçamento do Estado para 2022. O Conselho de Ministros de hoje vai servir para finalizar o documento, que tem que ser entregue no Parlamento na segunda-feira. Esta semana, o ministro das Finanças reuniu-se com todos os partidos. Ontem houve reuniões individuais com os partidos da esquerda, fundamentais para viabilizar o Orçamento.




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