Austrália e China defendem relação "mais madura e estável" à margem de cimeira da ASEAN
O primeiro-ministro australiano reuniu-se hoje com o homólogo chinês, à margem da cimeira da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), com ambos a manifestarem vontade de impulsionar uma relação "mais madura, estável e construtiva".
Durante a intervenção inicial, Anthony Albanese recordou a sua recente visita a Pequim, Xangai e Chengdu, e reiterou o compromisso da Austrália com a estabilização das relações com a China, salientando "interesses comuns" nas áreas do comércio e das alterações climáticas, bem como a importância de manter um "diálogo direto" entre Camberra e Pequim.
O chefe do Governo australiano deixou também uma referência implícita às divergências entre os dois países, ao afirmar que a região deve ser regida por um "sistema baseado na transparência e no respeito pelas regras".
O encontro entre Albanese e Li Qiang decorreu em Kuala Lumpur, poucos dias depois de a Força Aérea australiana ter denunciado que um caça chinês lançou sinalizadores luminosos, de forma perigosa, perto de uma aeronave de vigilância australiana no mar do Sul da China.
Em resposta, o Ministério da Defesa chinês acusou a Austrália de difundir "propaganda distorcida".
Não se sabe se o incidente foi abordado durante o restante encontro entre Albanese e Li Qiang, que decorreu à porta fechada.
Criada em 1967, a ASEAN é composta por Singapura, Malásia, Vietname, Indonésia, Tailândia, Filipinas, Myanmar (antiga Birmânia), Brunei, Laos, Camboja e, desde esta cimeira, Timor-Leste, admitido formalmente como 11.º membro.
A 47ª cimeira da ASEAN decorre em Kuala Lumpur entre domingo e terça-feira, sob o lema "Inclusividade e Sustentabilidade", reunindo os líderes dos 11 países membros e parceiros de diálogo como Donald Trump (Estados Unidos), Li Qiang (China), Anthony Albanese (Austrália) e Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), naquela que é descrita como uma das maiores concentrações de chefes de Estado e de Governo da história da organização.