Banco da UE dá empréstimo de 100 ME à EGF até 2024 para gerir resíduos biodegradáveis

por Lusa

O Banco Europeu de Investimento (BEI) concedeu um empréstimo de 100 milhões de euros à Empresa Geral de Fomento (EGF) para gestão de resíduos em Portugal até 2024, principalmente biodegradáveis, abrangendo as 11 empresas concessionárias, foi hoje anunciado.

Na apresentação deste apoio financeiro do banco da União Europeia, em Lisboa, o presidente do Conselho de Administração da EGF, Emídio Pinheiro, apontou que este empréstimo "ajudará ao cumprimento das metas e dos contratos" da empresa, nomeadamente em termos ambientais, contribuindo para "o bom caminho" da transição climática.

De acordo com Emídio Pinheiro, "todas as 11 concessionárias vão beneficiar" do apoio financeiro europeu, sendo que "a generalidade das medidas são dirigidas ao aproveitamento de biorresíduos", dada a "distância existente face aos objetivos europeus, que tem a ver com o défice na recolha seletiva".

Assim, este empréstimo do banco da UE visa "a construção e melhoria de instalações para poder dar resposta ao devido tratamento [destes biorresíduos] e à transformação em composto", acrescentou o responsável.

Em causa está um empréstimo de 100 milhões de euros para a EGF proceder à gestão de resíduos em Portugal no período 2022-2024, aos quais acrescem de 28,6 milhões de euros no âmbito do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos e 71,4 milhões de euros provenientes de outras fontes de financiamento, num plano de investimentos de 202 milhões de euros.

Previstos estão projetos como ampliação e renovação de unidades de tratamento para receção de biorresíduos, reforço da capacidade da recolha seletiva, melhorias em aterros sanitários, remodelação de estações de transferência, renovação de centros de triagem e construção de estações de tratamento de águas residuais.

Também presente na ocasião, o vice-presidente do BEI, Ricardo Mourinho Félix, salientou que este que é o terceiro empréstimo do banco europeu à EGF se enquadra num investimento de mais de 700 milhões de euros no setor dos resíduos em Portugal desde 1987.

Questionado pela Lusa, o responsável apontou que "há mais investimento previsto para esta área" este ano, recordando que "a distância existente face às metas climáticas [europeias] é muito significativa".

"Passar de 33% de reciclagem para 55% de reciclagem até 2030 é quase duplicar e, se queremos atingir estes objetivos, temos de aumentar a capacidade de tratamento dos resíduos", precisou Ricardo Mourinho Félix, aludindo às metas europeias.

Além disso, "para passar de cerca de 40% de aterro para 10% até 2035, são precisos investimentos que demoram tempo", razão pela qual "seguramente vai haver mais" apoios do BEI, adiantou o vice-presidente da instituição, dando conta de contactos com associações e municípios.

Entre 2019 e 2021, o BEI disponibilizou 75 milhões de euros à EGF, facilitando a construção de novas unidades de valorização de resíduos em todo o país.

A EGF é a empresa responsável pelo tratamento e valorização de resíduos urbanos em 174 municípios portugueses, que representam 6,2 milhões de pessoas e cerca de 60% da população.

A gestão dos sistemas é feita pelas de 11 empresas concessionárias (Algar, Amarsul, Ersuc, Resiestrela, Resinorte, Resulima, Suldouro, Valorlis, Valorminho, Valnor, Valorsul), que processam anualmente cerca de 3,3 milhões de toneladas de resíduos urbanos.

O BEI é a instituição de crédito a longo prazo da União Europeia detida pelos seus Estados-membros.

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