Banco Mundial aprova nova estratégia para apoio a Timor-Leste centrada no crescimento

por Lusa

O crescimento económico, infraestruturas e capital humano são os três eixos principais do novo Quadro de Parceria (CPF) 2020-2024 do Banco Mundial para Timor-Leste, aprovado hoje pela direção da instituição.

Segundo o Banco Mundial, o novo quadro pretende "apoiar o Governo de Timor-Leste na transformação da sua riqueza natural em capital humano melhorado e infraestrutura sustentável".

Fonte oficial da instituição explicou à Lusa que o pacote total de assistência ascende a cerca de 100 milhões de dólares (90,8 milhões de euros) em empréstimos concessionados.

Desse valor, 60 milhões de dólares (54,48 milhões de euros) para estradas, 25 milhões de dólares (22,7 milhões de euros) para água e saneamento e 15 milhões de dólares (13,6 milhões de euros) para educação.

A nova estratégia de cinco anos está alinhada com o Plano Estratégico de Desenvolvimento de Timor-Leste (2011-2030) e com os esforços do Governo timorense para levar Timor-Leste ao grupo de países com rendimento médio, em 2030, combatendo a erradicação da pobreza extrema.

 "Timor-Leste fez progressos significativos no sentido de alcançar os seus objetivos de desenvolvimento desde a independência em 2002", disse o diretor interino para a Indonésia e Timor-Leste, Rolande Pryce.

"No entanto, os principais desafios permanecem, especialmente no desenvolvimento de capital humano e na melhoria da qualidade dos gastos públicos. Este QP segue o compromisso de longo prazo do Banco Mundial com Timor-Leste", referiu ainda.

A estratégia, sublinhou, "apoiará o Governo a fortalecer seus sistemas de gestão financeira pública e a financiar investimentos em educação, água e saneamento e infraestrutura de conexão".

O responsável nacional da IFC para Timor-Leste, Indonésia e Malásia, Azam Khan, sublinhou a importância do papel do setor privado "para diversificar a economia de Timor-Leste e também expandir o acesso das pessoas aos serviços e fornecer a infraestrutura necessária".

"As áreas potenciais para aumentar a participação do setor privado incluem o agronegócio e o turismo, que apoiarão a diversificação económica e ajudarão a criar empregos necessários para que as pessoas realizem seu potencial. Além disso, o papel do setor privado na melhoria do acesso ao financiamento ajudará as pequenas e médias empresas, especialmente as que são detidas por mulheres, a expandir-se", considerou ainda.

Entre outras medidas, a nova estratégia aposta no "fortalecimento das bases para o crescimento liderado pelo setor privado, particularmente na agricultura e no turismo", disse Azam Khan.

Quer ainda apoiar na melhoria da qualidade dos serviços públicos, com investimentos em educação, saúde, proteção social, água e saneamento e aumentar a produtividade "conectando comunidades, especialmente agricultores, através de investimentos em transporte e infraestrutura digital".

A estratégia será executada pelas organizações que integram o grupo do Banco Mundial, que incluem a Corporação Financeira Internacional (IFC), que se centra no setor privado, e a Agência Multilateral de Garantia de Investimentos (MIGA), que disponibiliza seguro contra riscos políticos e garantias de melhoria de crédito.

A nova estratégia é sustentada por um Diagnóstico Sistemático do País (SCD), uma análise abrangente das oportunidades e desafios em Timor-Leste, refletindo ainda consultas com o Governo, parceiros de desenvolvimento, setor privado, sociedade civil e academia.

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