O Banco Mundial carimbou esta terça-feira um acerto em baixa das respetivas previsões para o crescimento global em 2025, apostando agora nos 2,3 por cento. A instituição advertiu ainda que os anos de 2020 podem entrar para os registos como os mais fracos das últimas seis décadas em matéria de desempenho económico.
No relatório agora publicado, a instituição sediada em Washington aponta para um recuo em quatro décimas face à previsão avançada no arranque deste ano. É um acerto que vai ao encontro das expectativas do Fundo Monetário Internacional e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.
O Banco Mundial descarta, para já, um cenário recessivo em 2025. Todavia, admite que, caso "as previsões para os próximos dois anos" se materializem, a economia global acabe por patentear o crescimento médio mais débil desde os anos de 1960 nos primeiros sete da década de 2020. Uma desaceleração que aglutina sobretudo as economias mais desenvolvidas.
"Há somente seis meses, parecia estar à vista uma aterragem suave", afirmou Indermit Gill, economista-chefe do Banco Mundial, em conferência de imprensa por videochamada, acompanhada pela agência France Presse.
"Agora parece que estamos a caminhar para nova turbulência. Se não corrigirmos a trajetória, as consequências para os padrões de vida podem ser profundas", acentuou o mesmo responsável.Na base desta correção em baixa está o impacto da guerra comercial espoletada pela cascata de tarifas do presidente norte-americano, Donald Trump. Desde logo o braço-de-ferro entre as duas maiores economias globais: China e Estados Unidos.
"Devido ao elevado nível de incerteza política e à crescente fragmentação do comércio, as nossas perspetivas para 2025 e 2026 deterioraram-se", prosseguiu o economista-chefe do Banco Mundial.
Já o crescimento da China pode ser de 4,5 por cento este ano, antecipando-se um abrandamento nos dois anos subsequentes.