Bancos europeus excedem em 26% as exigências da autoridade europeia

A Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla em inglês) revelou hoje que o valor total das ações que os bancos pretendem fazer nos próximos meses para aumentarem os seus rácios de capital ultrapassa em 26 por cento as exigências daquela entidade.

Lusa /

"O total das ações dá um excedente de capital de aproximadamente 26 por cento, criando alguma folga para o caso de algumas das medidas não venham a ser materializadas", lê-se no comunicado emitido pela EBA.

É de realçar que, da lista original de 90 entidades avaliadas pela autoridade europeia, nos denominados testes de `stress`, foram retirados três bancos (Öesterreichische Volksbank, Dexia e WestLB) que se encontram "num processo significativo de reestruturação" e que os bancos gregos "foram tratados separadamente" devido às negociações que decorrem para o país receber um segundo pacote de ajuda internacional.

Por isso, o excesso de capital de 26 por cento é relativo a um montante de 78 mil milhões de euros, e não aos 114,7 mil milhões de euros do universo total, e rondará uma verba na ordem dos 20,3 mil milhões de euros.

Os bancos portugueses envolvidos (CGD, BCP, Banco BPI e BES - via `holding` ESFG) precisam de um total de 6.950 milhões de euros para reforçarem os seus níveis de capital, de acordo com os critérios estabelecidos pela EBA (que hoje apresentou números globais, não particularizando por país).

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) é a entidade que precisa de mais dinheiro (1.834 milhões de euros), seguida pelo BCP (1.725 milhões de euros), pelo BPI (1.389 milhões de euros) e pelo BES (188 milhões de euros), sendo que é a sua `holding`, a Espírito Santo Financial Group (ESFG), que é analisada pela EBA, tendo o regulador europeu determinado que as suas necessidades de capital ascendem a 1.597 milhões de euros.

Refira-se que mais de 3,7 mil milhões de euros do bolo total exigido resultam da exposição das entidades portuguesas à dívida soberana, calculada a preços de mercado, o que torna os critérios da EBA mais exigentes do que os do Banco de Portugal.

Os restantes 3,25 mil milhões de euros são necessários para atingir o nível de solidez financeira exigido pela EBA até ao final de junho, sendo que os bancos têm anunciado várias medidas que permitirão reduzir este valor.

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