Bankinter quer que Portugal represente 10% das receitas do grupo em dois anos
O Bankinter quer que a sucursal portuguesa passe a representar 10% para as receitas do grupo espanhol em dois anos, depois de em 2017 o Bankinter Portugal ter obtido lucros de 22,9 milhões de euros.
O grupo espanhol Bankinter fechou 2017 com um lucro de 495,2 milhões de euros, mais 1% do que no ano anterior, com o Bankinter Portugal a obter um resultado líquido positivo de 22,9 milhões de euros, foi hoje anunciado.
Numa conversa com jornalistas portugueses em Madrid, a presidente executiva do grupo espanhol, Maria Dolores Dancausa, disse estar "muito otimista" em relação ao banco português e mostrou-se orgulhosa do desempenho da economia portuguesa, que tem ajudado também o processo de integração do antigo Barclays.
É nesse sentido que, admitiu Maria Dolores Dancausa, o objetivo passa por fazer com que o Bankinter Portugal, que já representa um contributo de 7% para as receitas do grupo, aumente esse contributo para 10% em dois anos (até ao final de 2019).
No entanto, esse crescimento deverá ocorrer de forma orgânica e não através de novas aquisições. "Estivemos 51 anos para fazer a primeira aquisição fora de Portugal, agora levaremos mais uns tantos", gracejou.
Para a presidente executiva do Bankinter, o objetivo é aprofundar a integração do banco e fazer o grupo crescer "a um custo menor".
Maria Dolores Dancausa admitiu ter solicitado mais informação sobre o banco Caixa Geral (do grupo Caixa Geral de Depósitos) e sobre o Deutsche Bank em Portugal, mas os processos "não saíram da primeira fase".
Sobre a operação portuguesa, o diretor-geral do Bankinter Portugal, Alberto Ramos, que participou no mesmo encontro com jornalistas, disse que o banco obteve lucros antes de impostos de 31,4 milhões de euros em 2017, o que compara com um valor anualizado de 10,3 milhões de euros.
Recorde-se que os resultados de 2017 contemplam, pela primeira vez, o exercício completo (a 12 meses) dos resultados do Bankinter Portugal e que, por isso, não é possível comparar a operação do ano passado com a de 2016 (que contempla apenas nove meses do ano e teve efeitos extraordinários).
Ainda assim, segundo Alberto Ramos, os proveitos aumentaram 11% e os custos reduziram-se 6% em comparação com 2016 (em termos anualizados), e o rácio de crédito malparado desceu de 8,5% para 7,5%, representando 392 milhões de euros.
O banco tinha 155 mil clientes em 2017, dos quais 17 mil (mais 4%) foram angariados no ano passado, na sua grande maioria (13.800) clientes particulares, que optaram sobretudo pelo crédito à habitação, descreveu o diretor-geral do Bankinter Portugal.
O crédito à habitação concedido aumentou de 160 milhões de euros em 2016 para 448 milhões de euros no final do ano passado.
A instituição financeira, que em 2017 ganhou 3.200 clientes empresariais, pretende reforçar esta área de negócio - seguindo a tradição do grupo espanhol.
Os trabalhadores do banco diminuíram de 900 para 839 entre o final de 2016 e o final do ano passado, devido a um "rebalanceamento" entre atividades (e um reforço do digital) que "é para continuar, mas em menor escala".
O banco fechou o ano passado com 81 agências.