BCE decide hoje se altera taxas de juro. Medina argumenta que aumento trará mais prejuízos que benefícios

por RTP
Ana Sofia Rodrigues - RTP

Banco Central Europeu decide hoje se altera ou não as taxas de juro. A previsão é a de que haja um novo aumento de 25 pontos base. A taxa tem estado a subir de forma consecutiva desde julho do ano passado. Neste momento situa-se nos 4,25 por cento e é a mais alta desde 2008.

O ministro das Finanças português assume que considera que um novo aumento das taxas de juro trará mais prejuízos do que benefícios.
"Neste momento os riscos negativos da subida das taxas de juro são no atual contexto superiores aos benefícios que o combate à inflação trará", considerou o ministro das Finanças.

O impacto de um aumento poderá fazer-se sentir em vários setores, como a prestação da casa, que nos últimos meses já tem estrangulado os orçamentos de muitas famílias. O ministro das Finanças anunciou esta quarta-feira que o executivo prepara dois novos mecanismos para fazer face ao acréscimo nas prestações do crédito à habitação.

O primeiro "estabilizará durante dois anos o valor das prestações". Esse diploma "permitirá que as pessoas e as famílias tenham mais confiança relativamente ao seu planeamento e organização, porque não estarão com o receio de que haja subidas repentinas e novas subidas nas atualizações dos referenciais".

Já o segundo alargará o atual diploma do "apoio à bonificação dos juros para as famílias que estão sob maior pressão no seu individamento - que tenham 35-50% de taxa de esforço e as que tenham taxa de esforço acima dos 50%".

Questionado sobre as subidas das taxas de juro como forma de combater a inflação na União Europeia, Fernando Medina considerou que o combate à inflação através desse mecanismo não cobre outros riscos desse agravamento dos juros, argumentou Medina em declarações aos jornalistas no final de uma reunião da Concertação Social onde os parceiros discutiram o Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), no Conselho Económico e Social (CES), em Lisboa,.
Ponderado travão às rendas
O executivo está a estudar a possibilidade de definir um "travão" para o aumento das rendas. A informação foi avançada pelo primeiro-ministro, esta quarta-feira, à margem da visita a uma residência de estudantes no Porto.

“A questão de fundo do aumento do custo da habitação é o que procuramos responder com o programa Mais Habitação”, sendo que uma parte dos diplomas já está aprovada, começou por frisar.

“Neste momento ainda não está definido” qual será o travão às rendas,
adiantou António Costa.

“O Governo está a avaliar, vai falar obviamente com as associações de proprietários, com as associações de inquilinos, e procurar encontrar qual é o valor que seja mais próximo possível daquilo que é a possibilidade das famílias, e também daquilo que é o valor fixado na lei”, acrescentou.

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