BCE mantém taxa de juro em 1 por cento

Na primeira reunião em que participou o ex-governador do Banco de Portugal Vítor Constâncio, o Banco Central Europeu decidiu manter as taxas de juro em 1 por cento. Jean-Claude Trichet, presidente do BCE, considera que não deverá ser necessário aumentar o preço do dinheiro no curto prazo.

RTP /
Jean-Claude Trichet foi questionado sobre o plano do BCE para adquirir títulos da dívida pública de vários países europeus Arne Dedert, EPA

O preço do dinheiro mantém-se desta forma no valor mínimo desde Maio de 2009, com Trichet a defender que as taxas de juro dos 16 países da Zona Euro são "apropriadas".

No seguimento desta ideia, em declarações registadas pela agência Bloomberg, o chefe do BCE já disse que não deverá haver alterações ao preço do dinheiro "nos próximos tempos".

Conscientes da dimensão da crise que assola várias economias do Velho Continente, os governadores do banco central viram-se igualmente obrigados a adiar a retirada dos estímulos de emergência.

Trichet interrogado sobre "ajudas" do BCE

Na conferência de imprensa que teve lugar em Frankfurt, Alemanha, Jean-Claude Trichet foi questionado sobre o plano do BCE para adquirir títulos da dívida pública de vários países europeus, a braço com uma das piores crises de que há memória.

Em causa está uma operação do BCE para comprar de títulos de dívida de vários países europeus com vista a fazer face à crise com que se defrontam essas economias.

De acordo com a Bloomberg, a operação teria sido concebida entre o banco central e a União Europeia para impedir a subida dos juros cobrados pelos investidores internacionais no financiamento às economias da Zona Euro.

O problema desta estratégia tem a ver com os princípios do BCE, uma vez que o auxílio tem como possível efeito a subida da inflação.

Jean-Claude Trichet garantiu no entanto que a entidade "está inflexivelmente comprometida com a estabilidade dos preços".

Crescimento da Zona Euro revisto em alta

O presidente do BCE anunciou a revisão em alta das estimativas de crescimento da Zona Euro para 2010. De acordo com o anúncio de Trichet, subiram para um por cento as previsões que se estimavam em 0,8 por cento durante o mês de Março.

Já no que respeita às previsões para 2011, o chefe do banco central baixou as estimativas de 1,5 por cento para os 1,2 por cento, queda justificada com o impacto negativo dos planos de austeridade recentemente lançados por vários governos europeus.

No que respeita à inflação na Zona Euro, deverá registar-se em 2010 um crescimento para 1,5 por cento, contra os anteriores 1,2 por cento. Para 2011, o BCE aponta 1,6 por cento, face aos 1,5 por cento estimados em Março.

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