BCE mantém todas as opções em aberto nas decisões sobre taxas de juro
O Banco Central Europeu (BCE) quer manter todas as opções em aberto nas decisões sobre as taxas de juro nos próximos meses, segundo as atas da última reunião de 11 de setembro, hoje divulgadas.
Com as perspetivas para a inflação mais incertas do que o habitual e o risco de grandes impactos sobre a inflação e o crescimento em ambas as direções, foi importante para o Conselho de Governadores manter a total opcionalidade para as futuras reuniões e ser ágil para reagir rapidamente, se necessário, afirmam as atas publicadas hoje.
O Conselho de Governadores decidirá o que fazer com as taxas de juro em cada reunião, dependendo dos dados económicos, sem se comprometer com uma trajetória de taxas de juro determinada, acrescentam as atas.
O BCE manteve em setembro por unanimidade as taxas de juro em 2% e desde então reiterou que são adequadas naquele nível.
A entidade considera que o nível das taxas de juro em 2% é "suficientemente robusto para gerir impactos".
As atas destacam que o BCE considera que não deve reagir a "flutuações moderadas da inflação" e que só modificará as taxas de juro se ocorrer "um desvio significativo" do objetivo de inflação de 2% a médio prazo.
As atas mostram que o Conselho de Governadores considera que a sua comunicação "deveria manter um tom cuidadoso, neutro e permanecer sem compromisso em relação a decisões futuras sobre as taxas de juro".
A presidente do BCE, Christine Lagarde, o economista-chefe, Philip Lane, e outros membros do Conselho do BCE reiteraram até agora que as taxas de juro em 2% são adequadas e que a instituição tomará as decisões sobre as taxas de juro em cada reunião de acordo com os dados económicos.
Mas o vice-presidente, Luis de Guindos, alertou para os riscos geopolíticos e o fraco crescimento económico da zona euro.