BCE permite maior endividamento aos bancos da zona euro

por Lusa

O Banco Central Europeu (BCE) anunciou hoje que vai permitir aos bancos da zona euro ficarem mais endividados devido às "circunstâncias excecionais devido à pandemia" da covid-19.

A instituição europeia informou hoje que permitirá aos bancos que supervisiona diretamente, com caráter temporário até 27 de junho de 2021, excluírem certas exposições ao banco central do rácio de alavancagem, de modo a que as entidades tenham mais espaço para poderem pedir mais empréstimos porque o BCE não lhes exigirá mais capital por isso.

A supervisão bancária do BCE deu este passo depois de o conselho do BCE ter confirmado que existem "circunstâncias excecionais devido à pandemia do novo coronavírus (covid-19)".

Estas exposições incluem moedas e notas de banco, bem como os depósitos no banco central.

Os bancos poderão beneficiar desta medida quando comunicarem os seus rácios de alavancagem, que é um critério chave para os investidores.

O conselho do BCE emitiu um parecer no qual considera que "a situação provocada pela pandemia do novo coronavírus (covid-19) afetou todas as economias da zona euro de uma forma profunda sem precedentes".

Face a esta situação, o BCE salienta que é necessária uma política monetária altamente expansiva para manter as taxas de juro baixas em todos os países, o que "por sua vez requer o funcionamento resoluto do canal de transmissão da política monetária baseada na banca".

Na opinião do conselho do BCE, portanto, a condição de circunstâncias excecionais justifica a exclusão temporária de certas exposições aos bancos centrais do cálculo das exposições totais dos bancos.

Esta visão do conselho do BCE é uma condição necessária para que a supervisão bancária do BCE permita aos bancos mais importantes da zona euro, que supervisiona diretamente, excluir as exposições e ter mais espaço para a contração de novos empréstimos.

De acordo com os dados de março, a exclusão destas exposições aumentaria o rácio de alavancagem agregado de 5,36% em cerca de 0,3 pontos percentuais.

O requisito de 3% de rácio de alavancagem será vinculativo a partir de 28 de junho de 2021.

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