Este valor representa um aumento de 10 pontos percentuais face aos objectivos anteriormente anunciados para a área internacional até 2010.

Com o reforço da área internacional no seu balanço, o BES espera compensar o abrandamento do mercado doméstico e manter o objectivo de atingir 850 milhões de euros de lucros em 2010, que foi definido antes do eclodir da crise financeira internacional.

De acordo com o comunicado de apresentação do Dia da Estratégia (`Strategy Day`), hoje divulgado na página de Internet da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Espanha, Brasil e Angola vão continuar a ser as prioridades do banco liderado por Ricardo Salgado no plano internacional.

Os lucros da área internacional deverão crescer em média entre 25 a 30 por ano até 2010, ao passo que os resultados no mercado doméstico deverão crescer entre 8 a 10 por cento.

Tendo em conta que o BES está "bem posicionado" no mercado empresarial português, o apoio à expansão internacional de empresas portugueses é um dos pilares da estratégica do banco no exterior.

Em Espanha, o BES pretende atingir um envolvimento financeiro (total de actividade do banco) de 13,7 mil milhões de euros em 2010, o que representa um crescimento médio anual de 16,8 por cento.

A aposta do grupo em Espanha assenta em três áreas -banca de investimento, médias empresas, `private banking` e gestão de activos- o que permite ao BES ser menos afectado que outros bancos pela crise do mercado imobiliário espanhol, pois está menos exposto a este segmento que a concorrência e a sua carteira de crédito é de melhor qualidade.

Na área da banca de investimento, o banco português pretende figurar entre os 10 maiores bancos de investimento a operar em Espanha, através de uma estratégia ibérica integrada que, entre outros aspectos, visa ajudar a entrada e expansão de empresas portuguesas e espanholas nos mercados angolano e brasileiro.

No âmbito desta estratégia integrada, o BES vai lançar este ano um Portal de Empresas ibérico, como objectivo de servir os clientes com actividade nos dois lados da fronteira e que, no futuro, poderá ser alargado a Angola e a outros mercados onde o banco está presente.

Ainda em Espanha, o BES pretende aumentar o crédito concedido para 6,5 mil milhões de euros até 2010, o que significa um crescimento anual de 19,1 por cento. Já nos depósitos o objectivo é atingir 7,2 mil milhões de euros, mais 14,8 por cento que em 2007.

No Brasil os objectivos passam por "reforçar no mercado brasileiro a posição enquanto `player` local com experiência internacional", desenvolver a área de `private banking` e gestão de activos, bem como expandir a actividade ligada ao mercado de capitais.

Além disso, o BES continua exposto ao mercado de retalho brasileiro, através da participação que possui no banco brasileiro Bradesco, seu parceiro estratégico de longa data.

Em Angola, o BES quer continuar a apostar no segmento empresarial, empregando "as consideráveis competências adquiridas no mercado doméstico" nesta área, diz o banco.

A estratégia passa ainda por ajudar as empresas angolanas a captar financiamentos internacionais e por marcar presença na construção de infra-estruturas do país, através do departamento de Project Finance.

Além destes três países com forte proximidade geográfica e cultural com Portugal, o BES pretende ainda crescer no Norte de África, nomeadamente em Marrocos, Argélia, Tunísia e Líbia, países que se enquadram na nova estratégia da União Europeia para o Mediterrâneo.

FAL

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