Bolsas mundiais e metais preciosos registam máximos hístóricos em 2025

As bolsas mundiais, o preço das matérias-primas e os metais preciosos registaram este ano máximos históricos num contexto de políticas protecionistas e incertezas em relação às taxas de juro.

Lusa /
Christophe Petit Tesson - EPA

A liquidez e a fraqueza do dólar, que se desvalorizou cerca de 15% este ano em relação ao euro, até 1,17 dólares, também se tornaram fatores determinantes para a evolução dos preços dos mercados, ativos e matérias-primas.

A bolsa em Lisboa subiu 27,20% no acumulado do ano até à data, com os contributos principais vindos do BCP e da Sonae.

No resto da Europa destacou-se a bolsa espanhola que cresceu 47%. A bolsa em Milão atingiu máximos históricos tendo subido 30%, assim como Frankfurt que valorizou mais de 20%.

No mundo, Tóquio e Hong Kong cresceram cerca de 25%, já em Wall Street o índice Dow Jones e o S&P 500 avançaram cerca de 15%.

A "guerra tarifária" desencadeada no início de abril pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, afetou os mercados causando sintomas adversos na indústria europeia.

Também as sucessivas tentativas do Presidente norte-americano de ditar a política monetária tiveram impacto nos mercados a nível internacional. O mesmo aconteceu com o encerramento da administração norte-americana, entre outubro e novembro.

Estas ações comerciais provocaram perdas nos mercados, porém no final do exercício verificou-se que foram um efeito perturbador, mas não determinante para a evolução dos mercados.

Por exemplo, a criptomoeda bitcoin caiu nessas datas, no início da primavera, para 74.425 dólares, o mínimo do ano, enquanto o ouro subiu e atingiu o preço de 3.500 dólares a onça.

No entanto, a bitcoin atingiria o seu máximo histórico em 06 de outubro, nos 126.215 dólares, devido à incerteza sobre a evolução das taxas de juro nos Estados Unidos.

Antes de começarem a surgir dúvidas sobre a avaliação e a rentabilidade das empresas com investimentos ou interesses em inteligência artificial (IA), a bolsa e outros ativos continuaram a aumentar o seu preço, por motivos variados: tréguas ou acordos tarifários, situação monetária, dados de atividade ou resultados empresariais.

A maioria dos máximos históricos das bolsas e das matérias-primas ocorreu no final do exercício.

A escassez de produção devido ao encerramento de algumas minas e o aumento da procura levaram o cobre a cerca de 12.000 dólares por tonelada, com um aumento de 35% no ano.

A especulação, as dúvidas sobre a inflação e as taxas de juro nos Estados Unidos, o papel dos fundos cotados e outros motivos elevaram o ouro a um máximo histórico em outubro, de 4.381,5 dólares.

A onça de prata aproxima-se dos 65 dólares no final do ano devido a questões especulativas e à falta do metal precioso que é, na sua essência, também uma matéria-prima, necessária à indústria fotovoltaica.

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