Brasil tenta negociar tarifas com EUA e ameaça com "medidas de reciprocidade"

O presidente do Brasil avançou esta terça-feira que o país está a tentar negociar tarifas com os Estados Unidos e prometeu agir se não houver acordo. Lula da Silva falou aos jornalistas no Palácio do Planalto, onde aproveitou ainda para condenar o "genocídio" em Gaza e acusar Israel de "vitimização".

Joana Raposo Santos - RTP /
Foto: Adriano Machado - Reuters

“Temos procurado negociar direitos aduaneiros com o Governo dos Estados Unidos”, declarou o líder brasileiro, considerando que “os EUA precisam de compreender que é importante respeitar a integridade das instituições de outros países”.

Lula da Silva assegurou que, se não for alcançado um acordo com Washington, o Brasil poderá recorrer à Organização Mundial do Comércio ou “adotar medidas de reciprocidade”.

O presidente avançou também que o seu Governo quer expandir o acesso ao crédito para apoiar um crescimento económico mais forte.

Segundo Lula, as taxas de juros continuam elevadas, mas a economia está em crescimento, pelo que espera que o banco central comece "em breve" a reduzir os custos dos empréstimos.“Parar com a vitimização”
A guerra no Médio Oriente foi outro dos temas abordados na entrevista coletiva, com Lula da Silva a ser questionado acerca de uma nota da Embaixada de Israel no Brasil, que acusa as autoridades de todo o mundo de “acreditarem nas mentias” do Hamas.

Na opinião do presidente brasileiro não cabe a um chefe de Estado responder a uma embaixada. Reiterou, porém, que os ataques de Israel constituem um "massacre" contra mulheres e crianças palestinianas.

"[Israel] vem dizer que é antissemitismo? Precisam de parar com essa vitimização. O que está a acontecer na Faixa de Gaza é um genocídio, é a morte de mulheres e crianças que não estão a participar em guerras", vincou.

"É exatamente devido ao que o povo judeu sofreu na sua história que o Governo de Israel deveria ter bom senso e humanidade no tratamento do povo palestiniano. Eles comportam-se como se os palestinianos fossem cidadãos de segunda classe".

c/ agências
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