Cabo Verde quer preservar meio-ambiente e comunidades para impulsionar turismo
O vice-primeiro-ministro de Cabo Verde apelou hoje à preservação do meio-ambiente e comunidades no âmbito da estratégia de diversificação do turismo, principal fonte de riqueza do arquipélago.
O turismo, mesmo de sol e praia, "é sempre de natureza", pelo que, "quando falamos de turismo, temos de olhar para o território como um todo. Cabo Verde tem de atuar como um país único e distinto, com obrigação de proteger e cuidar" dos seus recursos, através da "sustentabilidade", referiu.
Olavo Correia falava na abertura da terceira edição da Conferência Internacional sobre Turismo de Natureza, que o Governo organiza anualmente para promover a aposta numa oferta complementar à praia e "resorts" das ilhas do Sal e Boa Vista.
"Temos obrigação de cuidar das pessoas e proteger o território", acrescentou.
"A ambição de Cabo Verde é criar condições para termos um turismo que valorize os recursos naturais e humanos do país e contribua para o bem-estar dos residentes, em benefício de gerações presentes e futuras", disse Olavo Correia.
José Sá Nogueira, ministro do Turismo, destacou uma aposta dos últimos anos, com organizações não-governamentais e outras, para desenvolver áreas ligadas à biodiversidade, como a preservação das tartarugas, e atividades ligadas ao meio ambiente.
O governante destacou a aposta nas rotas pedestres e o investimento nos "caminhos vicinais" (trilhos) ao longo das cordilheiras e escarpas da ilha de Santo Antão, que vão atraindo turistas estrangeiros todo o ano, apontando a tendência como um exemplo a replicar.
Embora as ilhas do Sal e Boa Vista acolham a maioria dos 1,2 milhões de hóspedes anuais de Cabo Verde, casos como o de Santo Antão representam também um "tipo de turismo com impacto direto na população local".
"Queremos com esta conferência reforçar o firme propósito de promover Cabo Verde como destino global do turismo sustentável, inclusivo e diversificado, apostado em potenciar os recursos paisagísticos e humanos, de alto valor acrescentado", acrescentou.
Sá Nogueira classificou Cabo Verde como uma "economia circular no Atlântico Médio, alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)" das Nações Unidas.