Carris aponta para uma adesão à greve de trabalhadores de 15%

A adesão à greve dos trabalhadores da transportadora rodoviária Carris, que opera em Lisboa, era até às 10:00 de hoje da ordem dos 15%, representando uma supressão de 38% do serviço, disse à agência Lusa fonte da empresa.

Lusa /
Tiago Petinga - Lusa

"A Carris irá continuar a monitorizar os dados desta greve e fará todos os esforços com vista a minorar os inconvenientes da perturbação do serviço, lamentando os incómodos causados aos clientes", refere a transportadora numa nota enviada à Lusa.

Por seu turno, Manuel Oliveira do Sindicato Nacional dos Motoristas e Outros Trabalhadores disse hoje de manhã à Lusa que a adesão à greve em protesto contra o impasse das negociações com a transportadora era elevada.

"O balanço da greve dos trabalhadores é bastante positivo face aos serviços mínimos decretados", disse à Lusa Manuel Oliveira.

Manuel Oliveira indicou que o sindicato não vai avançar com percentagens de adesão à greve de 24 horas, para "não entrar numa `guerra` de números com a empresa".

"A adesão é elevada como habitual e contra o comportamento errático da empresa, que até marca rondas negociais, mas depois não há desenvolvimentos, nem soluções", adiantou.

Manuel Oliveira deixou ainda um apelo à empresa e à Câmara Municipal de Lisboa para a resolução dos problemas, sublinhando que "esta situação prejudica quem necessita do transporte".

Depois de uma primeira semana com paralisações parciais, os trabalhadores da Carris voltaram hoje aos protestos com uma greve durante 24 horas - todo o período de trabalho -, reivindicando a redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais, já a concretizar-se em 2025.

Os sindicatos representativos dos trabalhadores da Carris (que opera o serviço público rodoviário da cidade de Lisboa e também elétricos e ascensores de rua) convocaram uma paralisação de duas horas no início e no fim de cada turno entre 02 e 06 de junho e de 24 horas para hoje, tendo sido decretados serviços mínimos por um tribunal arbitral.

Além de serem obrigatórios serviços como o transporte exclusivo de deficientes ou os postos médicos da empresa, têm de funcionar "em 50% do seu regime normal" as carreiras 703, 708, 717, 726, 735, 736, 738, 751, 755, 758, 760 e 767.

Em 13 de maio, o Sindicato Nacional de Motoristas e Outros Trabalhadores (SNMOT) explicou que o acordo sobre as atualizações salariais não implicaria o encerramento do processo negocial e que, juntamente com a empresa, iria constituir "grupos de trabalho com vista, nomeadamente, à redução do horário de trabalho de forma faseada para as 35 horas semanais".

Segundo o sindicato, já se tinha conseguido reduzir a prestação de trabalho efetivo para cerca de 37 horas e 30 minutos semanais, "facto que só foi assumido por todos os envolvidos nesse processo algum tempo depois", tendo-se realizado em 30 de abril a primeira reunião do grupo de trabalho criado para a redução da prestação de trabalho efetivo para as 35 horas semanais.

A Carris está sob gestão da Câmara Municipal de Lisboa desde 2017 e os trabalhadores são representados por várias estruturas sindicais, como o SNMOT, o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos (STRUP), o Sitra - Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes, o Sitese - Sindicato dos Trabalhadores do Setor de Serviços e o ASPTC - Associação Sindical dos Trabalhadores da Carris e Participadas.

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