Casino da Solverde aposta nos clientes da Galiza
Chaves, 18 Jan (Lusa) - O Casino de Chaves, o empreendimento que o grupo Solverde abre no sábado, quer atrair ao Alto Tâmega clientes da vizinha Galiza e com um maior poder de compra do que os portugueses.
Construído a cerca de 10 quilómetros da fronteira de Vila Verde da Raia, o casino de Chaves integra um complexo turístico, que será oficialmente inaugurado a 12 de Abril e representa um investimento global de 40 milhões de euros.
Estrategicamente, a Solverde escolheu Chaves para acolher o empreendimento com o objectivo de atrair ao Alto Tâmega clientes do Norte de Portugal e da Galiza.
"Só na zona de Ourense vivem cerca de 300 mil pessoas. Muita gente com muito poder de compra", afirmou hoje à Agência Lusa o administrador da Solverde, Fernando Reis.
Segundo este responsável, as unidades concorrentes daquele casino encontram-se a centenas de quilómetros, tanto do lado português, onde a mais próxima se localiza na Póvoa de Varzim, e na Corunha e perto de Ponte Vedra, do lado espanhol.
Actualmente, Chaves beneficia ainda de boas vias de acesso, nomeadamente as auto-estradas 24 e 7, estando prevista para breve a ligação também por auto-estrada ao lado espanhol.
"Queremos ser mais do que um espaço de jogo. Vamos também apostar no lazer e na diversão", salientou.
A poucas horas da abertura do casino, a azáfama ainda era muita com centenas de operários a ultimaram os preparativos para a abertura às 16:00 de sábado.
Fernando Reis garante que o casino vai estar pronto a abrir as portas.
À semelhança dos outros casinos do país, vai ser permitido fumar nas salas de jogo e, no restaurante e sala de espectáculo, haverá áreas específicas para os fumadores.
Um grande hall, onde predominam as cores azul e preto e estará disponível um bar com esplanada interior, serve de porta de entrada aos clientes.
Logo no rés-do-chão estão espalhadas as slot-machines, ficando reservado o primeiro andar para uma sala mista com máquinas e jogos bancados.
O casino vai dispor de 322 slot-machines e 13 mesas de jogo, nomeadamente duas bancas francesas, três black-jack, quatro roletas americanas, um póquer sem descarte, um ponto e banca e dois Poker Texas Hold`em.
Ao dispor dos frequentadores do casino estão ainda três bares, o "Gran Via", na sala das máquinas, o "Black Tie", na zona dos jogos bancados, e o "Plaza", no hall, podendo neste último desfrutar da mais variada programação musical.
A nova unidade do grupo Solverde conta, no andar inferior, com o restaurante e sala de espectáculos "Península", que vai oferecer uma programação variada, através da exibição de espectáculos diários e da realização de concertos com artistas nacionais e internacionais.
Esta sala possui uma capacidade para 600 pessoas e está dotada dos mais modernos equipamentos e tecnologias, estando assim, segundo Fernando Reis, apta para acolher quaisquer tipos de concertos e de eventos de natureza musical, cultural ou recreativa.
O espectáculo "Hot Note" marca a estreia da sala "Península", recriando alguns dos temas mais carismáticos do jazz, passando por tendências místicas, entre as quais o gospel.
Com forte influência dos blues e do jazz, o "Hot Note" presta uma homenagem a Ray Charles, pioneiro da música soul.
Este é o primeiro espectáculo diário que enceta a "vasta" programação cultural do casino que quer "surpreender e animar" as noites de Trás-os-Montes e Alto Douro.
O jantar com espectáculo custa um mínimo de 20 euros por pessoa.
A abertura do casino, situado junto à saída da Auto-estrada 24 (A24) para Chaves, precede assim a inauguração do complexo turístico, um hotel de quatro estrelas com 72 quartos, seis suites, lojas, salas de reuniões, health club e vários equipamentos desportivos, nomeadamente piscina interior e exterior, campo de futebol e squash e circuito de manutenção.
O edifício, projectado pelo arquitecto Rui Lacerda, espalha-se por um total de 30 mil metros quadrados.
A grande festa de inauguração está agendada para 12 de Abril, dia em que se assinala o aniversário da Solverde e do sexto aniversário do contrato de concessão.
Fernando Reis salientou que, ao todo, serão criados 220 postos de trabalho directos, 90 por cento dos quais atribuídos a pessoas da região.
O administrador acredita que o investimento "vai ser um sucesso" e disse esperar que este seja rentável no prazo na concessão, que é de 25 anos.
"Foram feitos estudos e analisados muitos indicadores que concluíram que esta é uma concessão viável e com alguma rentabilidade", afirmou.
Vocacionada para a área turística, a Solverde foi fundada em 1972 por Manuel Violas, liderando um grupo de investidores da região de Espinho.
Actualmente, sob a liderança dos irmãos Manuel Violas e Celeste Violas, a empresa detém a Norte o Casino Espinho, o Hotel Apartamento Solverde e o Hotel Solverde SPA & Wellness Center, e a Sul, os Casinos de Vilamoura, Monte Gordo e Hotel Algarve Casino, na Praia da Rocha.
Por todo o país estão espalhados oito casinos, estando mais um previsto para Tróia.
Em Chaves a expectativa é grande e fazem-se já as contas às mais valias adjacentes a este investimento.
Para além do acréscimo previsível do número de turistas para o Alto Tâmega, os seis municípios que integram este território vão ainda receber como contrapartida pela abertura do casino, 15,1 por cento das receitas brutas que serão destinadas a financiar obras com interesse para o turismo.
Os municípios vão receber ainda um por cento das receitas brutas para atribuição de subsídios a entidades com relevância social e quatro por cento das receitas brutas para financiar um sistema de requalificação ambiental.
"O casino é o maior investimento privado feito em Chaves nos últimos tempos", afirmou o presidente da Câmara de Chaves, João Baptista, salientando que vai "permitir consolidar a vocação turística do concelho e ser um pólo de dinamização económica".