Castro Henriques. Coronavírus tem impacto na economia chinesa

O novo coronavírus está a ter impacto na economia chinesa. Há cidades inteiras sob quarentena há vários dias. Os transportes terrestres e aéreos estão suspensos nalgumas regiões e o cenário pode piorar.

Mário Aleixo - RTP /
Luís Filipe de Castro Henriques analisou os possíveis impactos do coronavírus na economia chinesa Antena 1

Esta a análise do presidente da AICEP, a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, Luís de Castro Henriques avisa, na entrevista às jornalistas Rosário Lira da Antena 1 e Alexandra Machado do Jornal de Negócios, que como consequência do coronavírus se houver bloqueios produtivos na China, isso vai ter um impacto muito grande no comercio global e pode por em causa os objetivos de crescimento das exportações.



Luís Filipe de Castro Henriques, presidente da AICEP, é o convidado da semana do programa Conversa Capital.

Mas outros temas estiveram em cima da mesa durante esta entrevista.

Por exemplo o presidente do AICEP revela que o Luandaleaks não teve impacto no relacionamento comercial de Portugal com Angola. "Não é uma alteração de acionistas, numa mão cheia de empresas, que afeta isso" adianta Luís Filipe de Castro Henriques.

Segundo o presidente da AICEP, o que tem impacto é o ciclo económico atual de Angola. Nesse sentido, as empresas portuguesas que têm atividade relevante e permanente em Angola mantém-se mas com uma atividade menor.

Aquele responsável admite que 2020 é um ano "com muita poeira no ar", ou seja, com fatores de incerteza a nível internacional que condicionam as opções de investimento, mas ainda assim, Castro Henriques acredita que vai manter os níveis recorde de investimento atingidos em 2019, uma vez que já tem em processo mais de 2 mil milhões de euros de potenciais investimentos.

Nesta projeção para 2020, o projeto do lítio, em toda a cadeia de valor, não está incluído porque não há projetos que estejam em fase de ser contratualizados e ainda há muitas incertezas.

Para captar investimento estrangeiro para Portugal estão a ser negociados, caso a caso, benefícios fiscais em investimentos acima dos 10 e 25 milhões de euros e "a proporção de benefícios fiscais tem vindo a aumentar", porque no reinvestimento as empresas têm apresentado mais resultados em Portugal. Luís Filipe de Castro Henriques admite que nos 1, 17 mil milhões de euros de investimento registados no ano passado, o benefício fiscal rondará os 200 milhões de euros.

Neste entrevista Luís Filipe de Castro Henriques admite ainda que está preocupado com o impacto em Portugal da crise na Boeing e adianta mesmo que esta situação já está a afetar alguns fornecedores que estão instalados no país.

Uma entrevista Antena 1/Jornal de Negócios que pode ser ouvida na íntegra depois das notícias das 13h00.
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