Centeno garante estar “focado” em Portugal

por RTP
Os cargos de presidente do Eurogrupo e de ministro das Finanças “não são mutuamente exclusivos” Mário Cruz - Lusa

O ministro das Finanças garantiu esta noite, em entrevista à RTP3, que não há nesta fase um processo de candidatura de Lisboa para a liderança do Eurogrupo. No entanto, Mário Centeno lembrou que o cargo de ministro das Finanças não é exclusivo e pode ser compatível com a presidência do Eurogrupo.

“Eu diria que não há um processo de candidatura. Há uma posição de Portugal dentro do Eurogrupo em muitas matérias estruturantes para o funcionamento do Eurogrupo e da União Europeia e é nesse contexto que as conversas existem”, afirmou Mário Centeno.

Segundo o governante, os cargos de presidente do Eurogrupo e de ministro das Finanças “não são mutuamente exclusivos, antes pelo contrário. Nas normas de funcionamento do Eurogrupo, a sua liderança é um ministro das Finanças”.


Quando confrontado com o facto de ao longo da semana não ter afastado a hipótese de aceitar um convite, se este existisse, o ministro afirmou que há muito para fazer em Lisboa.

Centeno esclareceu que o “que quis transmitir com essa mensagem foi mais um fator de confiança, porque nós precisamos mesmo de trabalhar muito em Portugal e por Portugal. E é exatamente nisso que eu estou focado”.
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Para o ministro isso “será importantíssimo na consolidação deste processo”.
Sobretaxa de IRS

Na entrevista ao 360, Mário Centeno deixou a promessa de que em janeiro do próximo ano nenhum contribuinte vai pagar a sobretaxa de IRS.

“Em janeiro de 2018 ninguém vai pagar sobretaxa. E em janeiro de 2018 teremos promovido, numa discussão que está em curso, e que irá continuar em curso uma redução da carga fiscal adicional, para um conjunto muito significativo e representativo das famílias portuguesas”.


Centeno recordou que, “neste momento, famílias com rendimentos muito baixos têm taxas médias e marginais de imposto bastante elevadas”.
As metas do Governo
Mário Centeno quer reduzir o rácio da dívida pública sobre o PIB para 100 por cento até 2027. O ministro das Finanças sublinha que a renegociação da dívida deve ser discutida dentro das regras europeias.

“Nós em dez anos podemos colocar o rácio da dívida em 100 por cento, com esta dinâmica que a economia portuguesa tem neste momento. Em dez anos, redução até 100 por cento”.


Centeno afirmou que “decresceria em média três pontos percentuais do PIB se nós replicássemos o comportamento que temos hoje, no futuro”.

“Não há propostas. Há um relatório, o Governo português tem uma meta para a gestão da dívida que é muito clara. As discussões que existirem, quando existirem no contexto europeu, serão seguramente alimentadas dessas e de outras propostas que entretanto vierem a aparecer”, acrescentou.

Para o ministro das Finanças, “é uma discussão que é difícil no contexto europeu, mas a primeira responsabilidade do Governo português é cumprir as obrigações que o país têm internamente e externamente”.

“E foi isso que fizemos escrupulosamente até este momento”, rematou.

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