Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas reconhece que militares "não podem alhear-se" do esforço do país
Lisboa, 18 out (Lusa) - O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), general Luís Araújo, admitiu hoje que o Orçamento do Estado para a Defesa é "difícil", mas defendeu que os militares "não se podem alhear do esforço" do país.
As despesas do Estado com a Defesa Nacional vão diminuir 3,9 por cento no próximo ano, estando previsto um corte de 30 por cento nos encargos com saúde, segundo a proposta de Orçamento do Estado para 2012.
Segundo a proposta de lei entregue pelo Governo, a despesa total consolidada do ministério da Defesa Nacional em 2012 ascende a 2.216 milhões de euros (contra 2.305,6 milhões de euros estimados em 2011).
O Orçamento para o ministério de José Pedro Aguiar-Branco prevê cortes em todas as rubricas, com um corte de 30 por cento nas verbas para a saúde - de 58,5 milhões de euros para 41 milhões - e de 30,4 no valor atribuído às Forças Nacionais Destacadas - de 75 milhões para 52 milhões de euros.
Em declarações à agência Lusa no final de uma audição de mais de três horas na Comissão Parlamentar de Defesa, o general Luís Araújo afirmou que a proposta de Orçamento "não podia deixar de ser" difícil para este setor, "porque é difícil para todos".
"Para mim não foi surpresa, eu sabia porque o senhor ministro da Defesa Nacional já tinha publicitado qual era, em princípio, a verba disponível para Forças Nacionais Destacadas, eu também já sabia a parcela que me tocava para gerir o funcionamento do EMGFA, como CEMGFA não houve surpresa", declarou.
"Naturalmente, as Forças Armadas não se podem alhear do esforço que o país está a fazer", acrescentou Luís Araújo.
Questionado sobre a negociação do Orçamento com os ramos, o CEMGFA respondeu que este é um processo "sempre difícil".
"Mesmo que houvesse abundância esse processo é sempre difícil", referiu.