China apela à ASEAN para rejeitar "todas as formas de protecionismo"
O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, apelou hoje aos países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) para se oporem "ao protecionismo", num momento marcado pela escalada da guerra comercial com Washington.
Num discurso durante a cimeira de líderes da ASEAN, que decorre em Kuala Lumpur, Li instou os países membros a manterem-se "comprometidos com a resolução de divergências através do diálogo e da consulta".
As declarações surgem num momento em que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já abandonou o encontro para prosseguir uma digressão asiática que o levará ao Japão e depois à Coreia do Sul, onde deverá encontrar-se com o Presidente chinês, Xi Jinping, à margem da cimeira do Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC).
Espera-se que os dois líderes mantenham aí o primeiro encontro presencial desde 2019, após as suas equipas negociarem, este fim de semana em Kuala Lumpur, um entendimento preliminar para atenuar a disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Durante a sua intervenção, Li Qiang afirmou ainda que a China está disposta a lançar novas iniciativas práticas para "alcançar em conjunto novos êxitos no desenvolvimento do Sudeste Asiático", e prometeu "reforçar o alinhamento estratégico com todas as partes".
O chefe do Governo chinês manteve hoje encontros bilaterais com o presidente do Conselho Europeu, António Costa, e com o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese.
Fundada em 1967, a ASEAN é composta por Singapura, Malásia, Vietname, Indonésia, Tailândia, Filipinas, Myanmar, Brunei, Laos, Camboja e, desde esta cimeira, Timor-Leste.
A 47ª cimeira do bloco, sob o lema "Inclusividade e Sustentabilidade", decorre até terça-feira e conta com a participação de vários parceiros de diálogo, incluindo Donald Trump (EUA), Li Qiang (China), Anthony Albanese (Austrália) e Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), numa das maiores concentrações de líderes da história da organização.