Comércio externo da China contrai em maio

por Lusa

As exportações da China registaram em maio uma queda homóloga de 7,5%, enquanto as importações caíram 4,5%, ilustrando a débil recuperação da segunda maior economia do mundo após o fim da estratégia `zero covid`.

As exportações caíram para 283,5 mil milhões de dólares (265 mil milhões de euros), revertendo o crescimento de 8,5% registado em abril, face à queda na procura global por bens de consumo, depois de os bancos centrais dos Estados Unidos, Europa e países asiáticos terem subido as taxas de juro, visando travar a inflação galopante.

As importações voltaram a cair para 217,7 mil milhões de dólares (cerca de 203 mil milhões de euros), após registarem uma contração de 7,9% no mês anterior.

A contração no comércio externo indica um desaceleramento na recuperação da economia da China, após Pequim ter abolido, em dezembro, as medidas de prevenção contra a covid-19, que no ano passado empurraram o país para um ciclo de bloqueios que paralisaram a atividade económica.

A recuperação do consumo ficou também aquém do esperado, sinalizando falta de confiança dos consumidores, perante as fracas perspetivas económicas e possíveis perdas de empregos.

Segundo dados divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE) da China, a taxa oficial de desemprego jovem (entre os 16 e 24 anos) ascendeu a 20,4% em abril, um novo máximo histórico e muito acima do valor de 13% registado em 2019, antes da pandemia.

Também a atividade da indústria transformadora da China voltou a contrair em maio, de acordo com dados oficiais divulgados na semana passada.

O crescimento económico nos primeiros três meses do ano acelerou para 4,5%, em comparação com igual período de 2022, mas os analistas dizem que o pico da recuperação provavelmente já passou.

O ritmo de crescimento ficou também aquém da meta estabelecida pelo Partido Comunista para este ano: "cerca de 5%".

O excedente comercial global da China em maio diminuiu 16,1%, em relação ao ano anterior, para 65,8 mil milhões de dólares (61,5 mil milhões de euros), de acordo com a Administração Geral das Alfândegas.

No acumulado do ano, as importações caíram 6,7%, em relação ao mesmo período de 2022, para pouco mais de 1 bilião de dólares (935 mil milhões de euros). O crescimento das exportações, entre janeiro e maio, fixou-se em 0,3%, ascendendo a 1,4 biliões de dólares (1,3 bilião de euro).

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