Concertação social. CIP e CTP confiantes num acordo, CCP mostra ceticismo

por RTP

Foto: Miguel A. Lopes - Lusa

O Governo e os Parceiros reuniram-se esta quinta-feira para discutir discutir a proposta de Orçamento do Estado e os aumentos salariais. À saída da reunião, os patrões mostraram-se divididos quanto à perspetiva de acordo.

António Saraiva, presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), disse que tudo o que tinham proposto está refletido no documento apresentado pelo Governo e mostrou-se, por isso, predisposto a aceitar o acordo na sexta-feira.

"Estamos num bom princípio para atingir o acordo", disse António Saraiva.

Segundo o presidente da CIP, no documento, "as empresas obtêm aquilo que legitimamente têm vindo a solicitar orçamento após orçamento: uma redução das tributações autónomas, financiamento ao seu investimento e à sua capitalização, mas sobretudo um alívio da carga fiscal".

António Saraiva ressalva que faltam ainda algumas questões onde não foi possível chegar a acordo, mas sublinha que estão "perto de aceitar este texto".

Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal, também se mostrou bastante satisfeito com o documento apresentado pelo governo, apontando "alterações significativas que estão de acordo com o que a CTP queria".

"Desde o documento inicial para agora, deram-se passos muito importantes", afirmou, acrescentando que existem hoje "melhores condições" para a chegada a acordo do que na semana passada.

Francisco Calheira critica, no entanto, que a proposta do governo tenha sido apresentada apenas na semana passada. "Não é possível um acordo desta importância, para uma legislatura, ser apresentado pela primeira vez na passada quarta-feira e querer-se ter uma assinatura até sábado. Esta forma não é aceitável", argumentou.

Já João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), mostrou-se mais reticente e cético quanto a um possível acordo.

"Este documento tem alguns aspetos positivos, tem outros que têm que ser ainda detalhados e tem outros que são omissos, nomeadamente no que diz respeito aos transportes", apontou.

"Estamos apreensivos", declarou, afirmando que estão a ser pressionados a aceitar o acordo.
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