Concessão de vistos H-1B nos EUA privilegiará trabalhadores qualificados com altos salários

O Departamento de Segurança Interna norte-americano anunciou hoje que a atribuição dos vistos de trabalho H-1B dará prioridade a trabalhadores estrangeiros qualificados e com salários mais elevados, acabando o atual sistema de `lotaria`.

Lusa /

"O atual processo de seleção aleatória para registos de vistos H-1B era explorado e abusado por empregadores americanos que procuravam, principalmente, importar trabalhadores estrangeiros com salários mais baixos do que pagariam a trabalhadores americanos", disse Matthew Tragesser, porta-voz do Serviço de Cidadania e Imigração, citado pela AP.

No início deste ano, o Presidente Donald Trump assinou uma ordem impondo uma taxa anual de 100 mil dólares para os vistos H-1B de trabalhadores altamente qualificados, medida que está a ser contestada em tribunal. 

Um comunicado de imprensa anunciando a nova regra refere que esta está "em consonância com outras alterações importantes feitas pelo governo, como a Proclamação Presidencial que exige que os empregadores paguem mais 100.000 dólares por visto como condição de elegibilidade".

O novo sistema, adianta, "implementará um processo de seleção ponderado que aumentará a probabilidade de os vistos H-1B serem alocados a trabalhadores estrangeiros mais qualificados e com salários mais elevados". 

Entrará em vigor a 27 de fevereiro de 2026 e aplicar-se-á à próxima época de registo de vistos H-1B, segundo a mesma fonte. 

Este ano, a Amazon foi de longe a maior beneficiária da `lotaria` H-1B, com mais de 10.000 vistos aprovados, seguida pela Tata Consultancy Services, Microsoft, Apple e Google. 

A Califórnia tem a maior concentração de trabalhadores com visto H-1B.

Os defensores do programa H-1B afirmam que é um caminho importante para a contratação de profissionais de saúde e educadores, impulsionando a inovação e o crescimento económico ao permitir aos empregadores preencher vagas em áreas especializadas.

Os críticos alegam que os vistos são frequentemente concedidos para cargos de nível inicial, em vez de funções de nível sénior que exigem competências especializadas. 

Embora o programa tenha como objetivo evitar a supressão salarial ou a deslocação de trabalhadores norte-americanos, os críticos afirmam que as empresas podem pagar salários mais baixos ao classificar os cargos nos níveis de qualificação mais baixos, mesmo quando os trabalhadores contratados têm mais experiência.

O número de novos vistos emitidos anualmente está limitado a 65.000, mais 20.000 adicionais para pessoas com mestrado ou doutoramento.

Paralelamente, Trump lançou o visto "cartão dourado" em troca do pagamento de um milhão de dólares, dando a milionários o caminho para a cidadania norte-americana.

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