Concessionária assinala segunda-feira arranque simbólico da produção comercial

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Aljustrel, Beja, 15 Mai (Lusa) - A empresa Pirites Alentejanas (PA), concessionária das minas de Aljustrel, assinala, segunda-feira, o arranque simbólico da produção comercial no complexo mineiro, no qual já foram produzidas no último mês 6.680 toneladas de concentrado de zinco.

A cerimónia, pouco mais de um mês após o arranque efectivo da produção e quatro meses e meio depois do início da extracção, vai decorrer na lavaria industrial da mina, devendo contar com as presenças do primeiro-ministro, José Sócrates, e do ministro da Economia, Manuel Pinho, adiantou hoje à agência Lusa o Governador Civil de Beja, Manuel Monge.

Após 13 anos parada, a retoma da exploração mineira em Aljustrel foi formalizada a 15 de Maio de 2006, numa cerimónia que contou com a presença de José Sócrates e na qual foi assinado o contrato de investimento entre a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), a AGC Minas de Portugal SPGS e a proprietária da PA, a então canadiana Eurozinc (que entretanto fundiu-se com a sueca Lundin Mining Corporation formando, em 2006, o grupo sueco/canadiano Lunding Mining).

No mesmo dia começaram os trabalhos preparatórios para a retoma da exploração, que incluíram a remodelação da lavaria e a abertura das galerias de acesso ao minério nos jazigos do Moinho, concluídas, e de Feitais, ainda a decorrer, explicou o administrador-delegado da PA, Guy Lauzier, em entrevista à Lusa.

Em Janeiro deste ano, começou a extracção no jazigo do Moinho, do qual já foram extraídas 235 mil toneladas de minério de zinco, seguindo-se, a 12 de Abril, o arranque efectivo da produção comercial na mina de Aljustrel, que já produziu e comercializou 6.680 toneladas de concentrado de zinco, acrescentou o responsável.

O complexo mineiro deverá começar a produzir em pleno "em 2009" com o início da exploração do jazigo de Feitais, previu Guy Lauzier, referindo que a mina prevê, a partir de então, produzir anualmente 80 mil toneladas de concentrado de zinco e 17 mil toneladas de concentrado de chumbo, que serão vendidos para "mercados prioritários", como os de Espanha e Suécia.

Até Dezembro de 2007, a PA investiu 114 milhões de euros no projecto de retoma da laboração da mina de Aljustrel, que tem um período de vida útil estimado até 2016, disse Guy Lauzier.

Questionado sobre se a PA prevê fazer novas prospecções para explorar os jazigos e aumentar a vida útil da mina, o responsável disse que a empresa "está sempre a fazer prospecções nos jazigos de Feitais, do Moinho, da Estação e de São João", mas "o preço dos metais é o factor mais determinante na viabilidade económica da mina de Aljustrel".

O projecto de retoma da extracção apresentado em Maio de 2006 previa criar 100 novos postos de trabalho directos, a subcontratação de 200 trabalhadores e a manutenção dos 47 funcionários então no quadro da PA.

Actualmente, segundo Guy Lauzier, a PA tem "200 empregados em vários regimes de contratação" e a extracção dos jazigos é da responsabilidade da empresa, apesar de recorrer a vários empreiteiros para "ajudar no processo".

Guy Lauzier adiantou ainda que a PA está a negociar com a CP a reactivação do ramal ferroviário de Aljustrel, para transportar o concentrado de minério produzido na mina até ao Porto de Setúbal.

"Estamos a negociar com a CP um contrato de transporte de concentrado, mas o processo está atrasado porque a reactivação do ramal de Aljustrel é complexa", disse.

Segundo o responsável, a exploração mineira em Aljustrel "é importante para o grupo de Lundin", que, actualmente, tem outras três minas em produção no mundo: no concelho vizinho de Castro Verde, em Galmoy (Irlanda) e Zinkgruvan (Suécia).

"Para competir no mercado mundial, a PA deve ter uma estrutura dinâmica, produtiva, eficiente e utilizar as novas tecnologias para compensar os baixos teores" de riqueza do minério de zinco extraído em Aljustrel, defendeu Guy Lauzier.

A laboração no complexo de Aljustrel foi suspensa em 1993 por alegada falta de viabilidade económica provocada pela descida acentuada do preço do zinco.

Um ano depois, a PA entrou em "lay-off", mantendo-se 47 trabalhadores, que asseguraram os serviços mínimos ambientais e de manutenção do complexo.

O encerramento provocou o despedimento de 440 trabalhadores, segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM).

O Governo encomendou em 1999 estudos para aferir a viabilidade do complexo mineiro, desenvolvidos pela canadiana Eurozinc que acabou por comprar a PA em Dezembro de 2001, prometendo implementar a retoma da extracção.

LL.

Lusa/Fim


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