Construtora Casais fatura 70% no exterior e em Portugal foca-se na reabilitação
Porto, 15 abr (Lusa) -- A área internacional representou em 2012 mais de 70% dos 207 milhões de euros de faturação da construtora Casais, que antecipa "um novo reforço da presença internacional" este ano e que em Portugal aposta na reabilitação.
Em comunicado, o Grupo Casais diz ter faturado no ano passado cerca de 148 milhões de euros no exterior na área da engenharia e construção, dos quais 70% em África, que descreve como "o grande motor do grupo, onde têm surgido oportunidades de negócio adjacentes à construção".
A aposta da Casais na área internacional consolidou-se a partir de 2011, face à contração do mercado interno, tendo desde então a construtora passado de um rácio de 65% mercado nacional/35% internacional para 30% nacional/70% internacional.
"O crescimento acentuado na área internacional em 2012 e perspetivado para 2013 tem como grande motor a atividade do grupo em África, mercado onde têm surgido oportunidades de negócios adjacentes à construção. Com este propósito, foi realizado um forte investimento em todas as áreas que envolvem o ciclo produtivo do negócio da construção", adianta a Casais.
No total, incluindo áreas como o ambiente e a indústria, o Grupo Casais obteve um volume de negócios de 275 milhões de euros no ano passado, 172 milhões dos quais na área internacional.
Segundo salienta o presidente executivo da Casais Engenharia e Construção, "2012 foi um ano de profunda transformação": "A atividade em Portugal sofreu com o contexto de crise geral e voltou a decrescer. A mobilização de recursos para o mercado internacional, foi determinante", sustenta.
Atualmente presente em 11 países - Alemanha, Angola, Argélia, Bélgica, Brasil, Cabo Verde, Gibraltar, Holanda, Marrocos, Moçambique e Qatar -- a Casais diz ter obtido "um saldo de objetivos positivo em todos os mercados".
Ainda assim, nota, "uma fatia importante nos resultados de 2012 é a que corresponde a alguns mercados europeus, nomeadamente Alemanha, Bélgica, Gibraltar e Holanda, que deram sinais de reconhecimento do bom trabalho desenvolvido, permitindo abrir caminho para as outras empresas do grupo".
De acordo com António Carlos Rodrigues, "2013 vai continuar a ser um ano de ajustamento e, se em 2012 o objetivo era assegurar a sustentabilidade do negócio, este ano, mais uma vez com a alavanca da atividade internacional, o objetivo é consolidar e reforçar a solidez" do grupo.
Neste contexto, "dar continuidade ao projeto de internacionalização vai continuar a ser uma das prioridades", destacando-se entre as metas a atingir este ano "a estruturação das empresas do grupo para, também estas, acompanharem a construtora na atividade internacional".
Outra das prioridades apontadas é a estruturação do grupo "numa dimensão internacional, para facilitar a obtenção de financiamento e garantias bancárias para atividade internacional", assim como "estabelecer parcerias com empresas portuguesas", "potenciar a colaboração em projetos internacionais com gabinetes de engenharia e arquitetura portugueses" e "fazer parcerias com empresas locais nos países onde a empresa está presente".
A nível nacional, e "face à falta de obra nova", o Grupo Casais aponta como aposta a área da reabilitação urbana.
Com 56 anos de atividade, a Casais lançou-se na internacionalização em 1994, na Alemanha, que descreve como "um mercado que, ainda hoje, se assume como estratégico e que permitiu a entrada noutros mercados europeus".