A lista de credores reconhecidos pelo administrador judicial aponta à empresa de Santa Maria da Feira dívidas de cerca de 81,6 milhões de euros (incluindo 12,1 milhões de euros de juros), mas a administração da devedora garante que a dívida é menor.

No total, a empresa impugnou os créditos relativos a cerca de 150 credores, a maior parte dos quais são ex-trabalhadores, que reclamam 4,7 milhões de euros.

A empresa diz que não aceita os valores indemnizatórios reclamados, desde logo porque entende que a indemnização deve ser calculada com base nos 30 dias de retribuição base por cada ano de antiguidade e não os 45, como defendem os ex-trabalhadores.

A empresa também impugnou um crédito reclamado pelo Banco Santander Totta, de 3,3 milhões de euros, relativo a valores adiantados em `factoring`, adiantando que o banco apenas adiantou o valor de 1,6 milhões de euros.

Em declarações à agência Lusa, o administrador judicial, Francisco Duarte, explicou que esta situação poderá atrasar o processo da graduação de créditos e, consequentemente, o pagamento aos credores, no caso de se avançar para a liquidação da empresa e a venda dos ativos.

Entretanto, o Tribunal de Oliveira de Azeméis agendou para o próximo dia 22 a assembleia de credores da construtora de Santa Maria da Feira para discussão e votação do plano de insolvência, que terá de ter o voto favorável de dois terços dos créditos para ser aprovado.

Fundada há 40 anos, a empresa que se especializou em obras hidráulicas, foi oficialmente declarada insolvente em agosto de 2016, depois de o Supremo Tribunal de Justiça ter revogado o segundo Processo Especial de Revitalização, que estava em curso desde 2015.

De acordo com a lista de credores reconhecidos elaborada pelo administrador judicial, a Irmãos Cavaco tem dívidas de 81,6 milhões de euros distribuídas por cerca de 800 credores.

A banca detém quase metade da dívida. O maior credor é o Novo Banco, que reclama uma dívida de 19,6 milhões de euros. Seguem-se o BCP (7,1 milhões de euros), o Santander Totta (7,1 milhões de euros) e a Caixa Geral de Depósitos (3,3 milhões de euros).

A empresa deve ainda 1,9 milhões de euros à Segurança Social e 766 mil euros ao Estado.