Consumo mundial de energia cresce 53% até 2035

Lisboa, 19 set (Lusa) -- O consumo mundial de energia vai crescer 53 por cento entre 2008 e 2035, sendo a China e a Índia responsáveis por metade desse crescimento, de acordo com um documento do governo dos Estados Unidos, hoje divulgado.

© 2011 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A. /

Um relatório do Departamento Norte-Americano da Energia (`International Energy Outlook 2011`) prevê que a China e a Índia, "os motores predominantes do aumento da procura de energia" serão, em conjunto, responsáveis por 31 por cento do consumo mundial de energia em 2035, acima dos 21 por cento de 2008.

"Em 2035, o consumo energético estimado da China é 68 por cento superior ao dos Estados Unidos", calcula-se no relatório, que refere que o crescimento de 53 por cento no consumo mundial de energia entre 2008 e 2035 equivale a uma taxa anual de crescimento de 1,6 por cento.

Reconhecendo que "o mundo continua a recuperar da recessão de 2008-2009", o documento afirma que esta recuperação "é desigual": nas economias desenvolvidas, a recuperação tem sido "lenta em comparação com as recuperações [de crises] do passado", ao passo que, nas economias emergentes, "o crescimento continua elevado".

A procura de energia nas economias da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) cresce a um ritmo lento nas economias da OCDE, a uma taxa anual de 0,6 por cento para o período considerado, enquanto nas economias emergentes fora da OCDE é de 2,3 por cento.

O documento aponta ainda que a maioria do consumo energético se verificará nos países fora da OCDE, prevendo-se um aumento de 85 por cento do consumo nestes países. Entre os países asiáticos não pertencentes à OCDE, liderados pela China e Índia, o consumo aumentará 117 por cento de 2008 a 2035, prevendo-se também "um forte crescimento" na maioria das restantes regiões fora daquela organização.

Com um "crescimento acelerado da população e do acesso a recursos domésticos", a procura energética no Médio Oriente aumenta 77 por cento no período considerado, um aumento que na América Central e do Sul é de 72 por cento e em África de 67 por cento.

Em contrapartida, as regiões extra-OCDE cujas previsões de crescimento do consumo energético são mais lentas, são as europeias e as da Eurásia, que incluem a Rússia e outras nações da antiga União Soviética: "O crescimento do consumo de energia para a região totaliza 16 por cento entre 2008 e 2035", lê-se no documento.

Quanto aos preços do petróleo, o relatório estima que vão "continuar altos", chegando aos 125 dólares por barril em 2035. No entanto, o seu consumo deverá continuar em alta, recorrendo-se às formas tradicionais e não convencionais de energia para responder ao aumento da procura.

"O consumo mundial de petróleo e de outros combustíveis líquidos vai subir 26,9 milhões de barris diários entre 2008 e 2035, mas o aumento na produção convencional de crude representa menos de metade deste total (11,5 milhões de barris por dia), enquanto a produção de gás natural líquido vai crescer em 5,1 milhões de barris diários", atesta o documento.

A maior parte da oferta deverá vir da produção não convencional (biocombustíveis, areias bituminosas, petróleo extra-pesado, carvão e gás), que deverá fornecer 13,1 milhões de barris diários em 2035, que compara com os 3,9 milhões de barris por dia.

O relatório não considera os efeitos de eventuais alterações políticas que alterem o mercado energético.

Tópicos
PUB