Costa promove reunião informal de líderes da UE em fevereiro sobre competitividade

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, vai promover em fevereiro de 2026 uma reunião informal dos líderes da União Europeia (UE) sobre a competitividade comunitária para "resultados mais concretos" face aos concorrentes China e Estados Unidos.

Lusa /
Reuters

"Dada a centralidade deste tema, António Costa vai promover uma reunião informal focada na competitividade no início de 2026, em fevereiro", para que haja "resultados mais concretos", disse hoje um alto funcionário europeu num encontro com jornalistas em Bruxelas.

Fontes europeias recordaram, também hoje, que o tema da competitividade comunitária tem estado na agenda dos líderes da UE no Conselho Europeu há vários meses, sem grandes avanços, pelo que agora António Costa pretende dar um novo impulso ao tema, como fez com a defesa.

Em fevereiro deste ano, o presidente do Conselho Europeu organizou um retiro informal de chefes de Governo e de Estado da UE centrado na temática da segurança e defesa, num local fora do edifício institucional habitual em Bruxelas para um diálogo mais livre entre os líderes europeus, sem a habitual pressão de uma cimeira formal.

Desde então, os líderes europeus têm feito avanços em questões como reforço das capacidades de defesa da UE, financiamento e definição de prioridades estratégicas, num contexto de tensões geopolíticas como a guerra na Ucrânia e mudanças no panorama internacional.

O desafio da competitividade da União Europeia passa por encontrar um equilíbrio entre manter padrões sociais, ambientais e regulatórios e, ao mesmo tempo, conseguir rivalizar com economias como os Estados Unidos e a China, que investem mais em inovação e têm energia barata e apoio industrial.

A UE enfrenta desafios como custos energéticos elevados, burocracia excessiva e falta de escala tecnológica, o que limita o crescimento e a atração de investimento.

Assinala-se pouco mais de um ano da publicação do relatório do antigo primeiro-ministro italiano Mario Draghi, que estimou em 800 mil milhões de euros as necessidades anuais de investimento adicional na UE face à China e Estados Unidos, o equivalente a mais de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) comunitário e acima do Plano Marshall.

O antigo presidente do Banco Central Europeu elencou como principais desafios a inovação, a descarbonização e os elevados preços da energia e propôs uma emissão regular de dívida comum na UE, como aconteceu para fazer face à crise da covid-19, um investimento maciço em defesa e uma nova estratégia industrial comunitária.

No final de setembro, Mário Draghi criticou a lentidão e inércia da UE no que respeita à competitividade, apelando para uma nova dinâmica, de forma que sejam obtidos resultados "em meses, não em anos".

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