Covid-19. Turismo com quebras de 62% no número de hóspedes em março

por RTP
Lusa

A pandemia de covid-19 trouxe uma forte redução da atividade turística em março. O setor do alojamento turístico registou 697,7 mil hóspedes e 1,9 milhões de dormidas em março de 2020, correspondendo a quedas de 62,3% e 58,7%.

O cenário contrasta com os números de fevereiro, que tinham registado aumentos de 15,2 no número de hóspedes e 14,8 por cento nas dormidas.

Em março, as dormidas de residentes em Portugal recuaram 57,6% (+26,6% em fevereiro) e as de não residentes decresceram 59,2% (+9,5% no mês anterior).

Em março, considerando a generalidade dos meios de alojamento (estabelecimentos de alojamento turístico, campismo e colónias de férias e pousadas da juventude), registaram-se 746,1 mil hóspedes e 2,1 milhões de dormidas, correspondendo a quebras de 61,8% e 57,1%, respetivamente (+15,6% e +15,2% em fevereiro, pela mesma ordem).

Os proveitos totais registaram uma diminuição de 60,2% (+13,4% em fevereiro), situando-se em 98,9 milhões de euros. Os proveitos de aposento fixaram-se em 71,8 milhões de euros, diminuindo 59,7% (+15,5 % no mês anterior).

Registaram-se quebras em todas as regiões do país.

O Instituto Nacional de Estatística revelou esta sexta-feira as contas do Produto Interno Bruto no primeiro trimestre do ano. A quebra no turismo foi responsável pela quebra nas exportações (-5,1 por cento), uma quebra mais intensa do que a diminuição das importações (-1,8).

Em março de 2020, a estada média (2,72 noites) aumentou 9,6% (+11,4% no caso dos residentes e +9,2% no de não residentes).
Mercados atingidos pela pandemia viajaram menos
“Os mercados que, em março, se encontravam entre os mais atingidos pela pandemia COVID-19 foram os que registaram maiores decréscimos nas dormidas neste mês”, revela o INE.

O mercado chinês (0,6% do total das dormidas de não residentes em março) diminuiu 78,8% neste mês e 31,8% no primeiro trimestre do ano. As dormidas de hóspedes italianos (2,1% do total) recuaram 76,5% em março e 30,0% desde o início do ano.
O mercado norte-americano (4,0% do total) apresentou uma diminuição de 67,5% em março. No conjunto dos primeiros três meses do ano, este mercado registou um decréscimo de 25,7%.

O mercado espanhol (7,7% do total) registou um decréscimo de 67,3% em março e de 12,7% desde o início do ano.

O mercado britânico (19,1% do total das dormidas de não residentes em março) diminuiu 55,2% neste mês e 21,5%
no conjunto dos três primeiros meses do ano.

As dormidas de hóspedes alemães (16,4% do total) recuaram 57,3% em março. Desde o início do ano, este mercado
diminuiu 27,9%.

Perspetivas até agosto com cancelamentos
Através de um questionário específico adicional que o INE promoveu durante o mês de abril e primeira semana de maio, com respostas de cerca de 4 600 estabelecimentos sobre as perspetivas para a atividade turística nos próximos meses até agosto, 78,9% dos estabelecimentos de alojamento turístico respondentes assinalaram que a pandemia motivou o cancelamento de reservas agendadas para os meses de março a agosto de 2020.

Estes estabelecimentos representam 90,9% da capacidade da oferta dos estabelecimentos que responderam.



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