CPCI aponta que futuro dos setores da construção e imobiliário continua adiado
Porto, 17 out (Lusa) -- O presidente da CPCI disse hoje que as empresas dos setores da construção e do imobiliário continuam a ver o futuro "adiado ou até em risco" face à apresentação do Orçamento do Estado para 2012.
"Constato que o Governo se limitou a apresentar mais medidas de austeridade. Não são apresentadas soluções, na minha opinião, para alavancar o desenvolvimento do país, que também são imprescindíveis para a preservação das nossas próprias empresas e para a manutenção do emprego", disse à Lusa o presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI), Reis Campos.
Para Reis Campos, o setor "continua numa total indefinição", olhando com preocupação para as paragens de diversos projetos como o novo aeroporto de Lisboa, o TGV, "sem falar no Parque Escolar", alertando para a possível perda de 140 mil postos de trabalho neste ramo em 2012 se não forem tomadas medidas que combatam esta quebra.
"Diria que o setor da construção está numa situação verdadeiramente de limite e de quase paralisação", declarou o presidente da CPCI, que não vê no documento do orçamento apresentado hoje pelo Governo na Assembleia da República "nada que possa suprir a indefinição que este setor tem vindo a sentir desde que o Governo anterior caiu".
Segundo o dirigente da confederação, mais grave do que a ausência de novos projetos é "admitir-se a possibilidade de não ser realizada a manutenção preventiva de algumas infraestruturas", como pontes, ferrovias e rodovias, uma vez que tal pode pôr em causa a "conservação preventiva" e como consequência a "própria segurança pública".
De acordo com Reis Campos, as medidas de austeridade deviam ser acompanhadas de formas de promoção da atividade económica, em particular através do aproveitamento das verbas provenientes do QREN.