Crédito à economia moçambicana recuou em abril para 3.868 ME
O `stock` do crédito à economia moçambicana recuou ligeiramente em abril, para 284.535 milhões de meticais (3.868 milhões de euros), permanecendo em mínimos, indicam dados oficiais.
De acordo com o histórico do relatório estatístico do Banco de Moçambique, trata-se do segundo valor mensal mais baixo em praticamente um ano, acima do registo de fevereiro passado, com 284.045 milhões de meticais (3.861 milhões de euros).
O volume de crédito concedido pela banca moçambicana permanece também longe do pico histórico de 290.973 milhões de meticais (3.955 milhões de euros) em novembro de 2024.
De acordo com os dados do banco central, o crédito a particulares continuava a liderar em abril, subindo para um recorde de 100.774 milhões de meticais (1.370 milhões de euros).
Seguia-se o setor dos transportes e comunicações, cujo total de crédito concedido pela banca cresceu em abril para 25.025 milhões de meticais (340,2 milhões de euros), a indústria transformadora, com 22.094 milhões de meticais (300,3 milhões de euros), e o comércio, com 21.013 milhões de meticais (285,6 milhões de euros).
O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu em 30 de maio nova descida da taxa de juro de política monetária MIMO, de 75 pontos, para 11%, anunciou o governador do banco central, Rogério Zandamela.
"Esta medida decorre essencialmente da consolidação das perspetivas de inflação em um dígito no médio prazo, refletindo em parte a tendência favorável dos preços internacionais de bens e serviços, não obstante a manutenção a nível doméstico de elevados riscos e incertezas associados às projeções", disse o governador, no final da reunião do CPMO.
Questionado pelos jornalistas sobre a perspetiva de evolução da taxa até final do ano, e de atingir ainda este ano um dígito, Zandamela disse que este novo corte "está dentro da estratégia" definida pelo banco central: "A única coisa que podemos dizer neste momento é que estamos em linha com trajetória definida, 24 a 36 meses, pode acontecer antes, pode não acontecer. Se acontecer é uma boa notícia".
A taxa de juro diretora esteve fixada em 17,25% desde setembro de 2022, após a intervenção do banco central, que depois iniciou cortes consecutivos a partir de 31 de janeiro de 2024, quando reduziu para 16,5%.
Em 27 de março do ano passado cortou para 15,75%, em 27 de maio para 15%, em 31 de julho para 14,25%, em 30 de setembro para 13,5%, em 27 de novembro para 12,75%, em 27 de janeiro deste ano para 12,25% e em 26 de março para 11,75%, seguindo-se agora novo corte.
"O CPMO continuará com o processo de normalização da taxa mínimo no médio prazo. O ritmo e a magnitude continuarão a depender das perspetivas de inflação, bem como da avaliação de riscos e incertezas subjacentes às projeções de médio prazo", disse Zandamela.
A próxima reunião do CPMO está agendada para 30 de julho.