Credores portugueses da Oi/PT admitem ações judiciais contra bancos que venderam obrigações

por Lusa

Lisboa, 24 mar (Lusa) -- Uma centena de obrigacionistas portuguesas da Oi/PT, com créditos de cerca de 14 milhões de euros, estima perder metade do investimento que fizeram na compra das dívidas com o plano de recuperação proposto pela empresa e admitem avançar judicialmente.

"A única alternativa é exigir o pagamento dessas perdas aos bancos que, em Portugal, venderam essas obrigações e/ou têm a custódia desses títulos", lê-se no `site` da Candeias&Associados, a sociedade de advogados que representa este grupo de credores.

Existem assim, segundo a Candeias&Associados "fortes argumentos" para que o valor do investimento em risco possa ser recuperado, "no limite, com ações judiciais contra esses bancos".

Na nota, a sociedade de advogados lembra que a Oi comunicou que vai apresentar junto do tribunal da 7.ª vara do Rio de Janeiro, no Brasil, uma proposta de alteração do plano de recuperação judicial.

Essa proposta consiste, em linhas gerais, no seguinte: os obrigacionistas podem optar por converter as obrigações em ações (até um limite de 38%), uma parte de imediato e outra parte em três anos (opção A) ou por não o fazer (opção B).

Segundo a Candeias&Associados, a nova proposta não faz referência à dívida em euros, mas a sociedade admite que, tal como previa o plano inicial, quando a dívida era representada em dólares norte-americanos também o seria em euros.

Por outro lado, alerta, quem optar pela conversão terá de o fazer aceitando os títulos (ações e novas obrigações) em reais, pelo que "quem optar por tal solução tem de admitir o risco cambial da operação".

Como a dívida total da Oi é de cerca de cerca de 14 mil milhões de euros, "com tudo somado, a nova proposta, no fundo, prevê um `hair cut` de cerca 50%", conclui.

A operadora de telecomunicações brasileira Oi entrou com um pedido de recuperação judicial em junho do ano passado porque não conseguiu negociar um total de 65,4 mil milhões de reais (19,5 mil milhões de euros) em dívidas.

A empresa portuguesa Pharol (antiga PT SGPS) detém 27% as ações da Oi.

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