O Banco Mundial reviu em baixa a previsão de crescimento da África subsaariana este ano, antecipando agora uma expansão de 3,7% do PIB, que compara com os 4,2% que estimava em janeiro.
"O crescimento deste ano e do próximo deverá ser mais fraco do que anteriormente previsto, devido à deterioração do ambiente externo e a ventos contrários internos", lê-se no relatório sobre as Perspetivas Económicas Globais, hoje divulgado em Washington.
No relatório, o Banco Mundial aponta que o abrandamento no crescimento, que ainda assim fica acima dos 3,5% registados no ano passado, deve-se à "elevada dívida pública, taxas de juro ainda elevadas e aumento dos custos de serviço da dívida, que encurtaram o espaço de manobra orçamental, levando a esforços de consolidação orçamental em muitos países, especialmente porque as necessidades de financiamento continuam elevadas devido aos cortes na financiamento do desenvolvimento".
Apesar da aceleração do crescimento das economias africanas este ano, os ganhos no rendimento `per capita` "vão continuar inadequados para garantir um progresso significativo na redução da pobreza extrema na região, que é onde está a maioria dos pobres a nível mundial".
Os problemas no mercado de trabalho na região, que é a que alberga mais desempregados no mundo, vão ser agravados pela juventude do continente, "já que o ritmo de criação de postos de trabalho dificilmente conseguirá alcançar a rápida expansão da população em idade ativa", diz o Banco Mundial, que admite haver vários riscos que podem materializar-se e piorar as previsões.
"Os riscos mais significativos são a possibilidade de uma procura externa menor, como resultado do aumento das tensões nas políticas comerciais e um abrandamento mais brusco que o esperado na China", a que se juntam a instabilidade regional política, o aumento das taxas de juro nos mercados internacionais e a possibilidade de haver mais reduções no apoio dos doadores, o que arrisca tornar ainda mais difícil a questão da dívida.
A nível global, o Banco Mundial prevê um crescimento de 2,3% este ano, o ritmo mais baixo desde 2008, descontando os anos de recessão.