Dados do INE. Portugal com excedente orçamental de 1,9% no 2.º trimestre
O setor das Administrações Públicas (AP) registou um excedente de 1,9 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre do ano. A informação foi divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), esta terça-feira, que adianta que o saldo foi positivo em mil 412 milhões de euros.
O valor agora alcançado representa, no entanto, menos face aos 2,5 por cento registados em igual período de 2024.
O Governo espera conseguir um excedente de 0,3 por cento no conjunto deste ano.
"Sempre dissemos que 2026 é um ano mais exigente do ponto de vista orçamental, até porque temos um volume muito grande de empréstimos PRR para executar", afirmou o ministro do Estado e das Finanças, à porta da reunião da Concertação Social, após serem conhecidos os resultados do INE.
Sobre os números divulgados pelo INE, Joaquim Miranda Sarmento considerou que "melhoram a posição de Portugal em termos da dívida, melhoram a posição de Portugal em termos do PIB nominal" e por isso "ajudam à melhoria das contas públicas".
O objetivo do Governo era baixar a dívida pública em "três ou quatro pontos percentuais" e, no ano passado, essa descida "foi ligeiramente acima de quatro pontos percentuais", o que é "um sinal de uma trajetória orçamental prudente e responsável.
"O saldo das AP no segundo trimestre de 2025 atingiu 1.412 milhões de euros, correspondendo a 1,9% do PIB, o que compara com 2,5% no período homólogo", lê-se no destaque do gabinete de estatísticas.
A receita cresceu 4,6%, em termos homólogos, enquanto a despesa aumentou 6,3%.
Destacam-se os aumentos na receita de impostos sobre a produção e importação (6,6%) e nas contribuições sociais (1,9%), enquanto a receita de capital cresceu 53% devido principalmente ao aumento de receita do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Por outro lado, na despesa, sobressai o crescimento das remunerações dos empregados (7,7%), dos encargos com juros (1,9%), dos encargos com prestações sociais (4,7%) e do consumo intermédio (2,4%).
Já a rubrica da despesa referente aos subsídios diminuiu 12,2%.
O Governo espera atingir um excedente orçamental de 0,3% do PIB este ano e de 0,1% em 2026, segundo o relatório entregue a Bruxelas em abril.
C/Lusa