Decisão de manter juros foi unânime mas todas as opções estão em cima da mesa diz Lagarde

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, sinalizou hoje que a decisão de manter os juros inalterados foi unânime, mas salientou que todas as opções estão em cima da mesa.

Lusa /

A decisão de não mexer nas taxas de juro, pela quarta reunião consecutiva, foi "unânime", assegurou Lagarde, na conferência de imprensa após a reunião de dezembro, mas quando questionada sobre decisões futuras salientou que também partilharam a "visão de que todas as opções devem estar em cima da mesa".

Lagarde admitiu assim que tanto um corte como uma subida nos juros estão em cima da mesa, ainda que tenha salientado que vão continuar com as decisões "reunião a reunião" e baseadas nos dados que vão sendo conhecidos.

A responsável sublinhou também que continua a existir um alto nível de incerteza, nomeadamente numa altura em que as "tensões comerciais amenizaram, mas o ambiente volátil" pode ter consequências, como a disrupção nas cadeias de fornecimento.

A deterioração no sentimento nos mercados globais pode levar, por exemplo, a um aumento da aversão ao risco, exemplificou. Além disso, as tensões geopolíticas continuam também a ser uma fonte de incerteza, acrescentou.

Por outro lado, os gastos dos governos em defesa e infraestrutura "podem impulsionar o crescimento em maior nível do que o esperado", ainda que este impulso na despesa pública "também pode acelerar a inflação".

Quanto aos fatores que impulsionaram o crescimento económico na zona euro, que disse ter sido "resiliente", apontou como uma surpresa a contribuição das exportações, em particular da indústria química.

Este aumento poderia corresponder à criação de inventário após o anúncio das tarifas, mas "tem sido sustentável, pelo que a contribuição surpreendeu pela positiva", o que pode estar relacionado com medicamentos para perda de peso, apontou.

Lagarde destacou também ter notado algumas mudanças no perfil de crescimento das economias, em particular no investimento no setor privado, tanto nas grandes empresas como nas PME, que estão a investir no desenvolvimento de Inteligência Artificial.

Já sobre a inflação, apontou que o BCE estará atento à inflação nos serviços, que tem vindo a acelerar, nomeadamente devido ao crescimento dos salários, que foi maior do que o esperado.

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