Denúncias de corrupção no setor privado crescem em Macau

O relatório de atividades de 2019 do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) de Macau publicou hoje um relatório que aponta para um crescimento nos últimos anos no número de denúncias de corrupção no setor privado.

Lusa /
Reuters

"No âmbito das queixas relacionadas com o setor privado recebidas nos últimos anos, existe uma tendência de subida do número de queixas e denúncias que envolvem as questões de gestão dentro dos casinos e dos hotéis de grande envergadura", salientou o organismo público.

"Sobretudo envolvendo irregularidades no âmbito de concursos públicos de empreitada, aquisição de bens e materiais, recrutamento e promoção de pessoal", de acordo com o relatório.

O CCAC sublinhou que "além de empenhar esforços na conclusão de investigações anticorrupção no setor público, (...) dá igualmente ênfase ao trabalho de combate à corrupção no setor privado".

Por isso, acrescentou, "continuará a prestar atenção ao eventual risco da prática de crimes de corrupção no setor privado (...), promovendo a ética empresarial e o desenvolvimento saudável (...), esforçando-se pela defesa da integridade e da justiça em Macau".

No mesmo relatório, o CCAC constatou que houve uma redução no tipo de crimes registados nos casos relativos ao combate à corrupção do ano passado e que "o crime de falsificação de documento representou uma grande proporção dos casos investigados".

"Por outro lado, verificou-se uma relativa redução no número de casos envolvendo práticas de corrupção ativa e passiva de forma direta", acrescentou.

Contudo, "no que respeita às infrações legais e disciplinares cometidas por trabalhadores da função pública, registou-se um aumento no número de casos cometidos por agentes policiais, sendo que esses casos envolveram principalmente entradas em casinos entre outros atos de infração disciplinar e crimes de burla", pode ler-se no mesmo texto.

O organismo sublinhou ainda a investigação e resolução de "diversos casos de burla envolvendo subsídios atribuídos pelo Governo".

No relatório refere-se que o CCAC recebeu um total de 584 queixas e denúncias, das quais 111 foram da área do combate à corrupção e 473 da área da Provedoria de Justiça, sendo que, de todas as queixas apresentadas, mais de metade são anónimas.

O Comissariado contra a Corrupção de Macau é um órgão público responsável pelo combate à corrupção e pela provedoria de justiça que responde perante o chefe do Executivo.

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