Descongelamento faseado das carreiras é inaceitável para a FESAP

por RTP

O governo insiste que o descongelamento das carreiras na função pública, a partir do próximo ano, será feito de forma faseada. AFESAP diz que é inaceitável.

É a posição que está a ser transmitida aos sindicatos da administração pública, que esta tarde voltaram à mesa das negociações com o executivo.

De acordo com as estruturas sindicais, o governo admite pôr fim aos cortes no pagamento no trabalho suplementar. Admite também o fim da tributação sobre os subsídios de refeição. E poderá ainda baixar os descontos para a ADSE, o sistema de saúde da função pública.

Quanto ao descongelamento das carreiras, o governo propõe vários cenários.

A FESAP, afeta à UGT, fala em milhões e tostões e considera as propostas inaceitáveis.

O dirigente da Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP) falava aos jornalistas no final de uma reunião com os secretários de Estado da Administração Pública, Fátima Fonseca, e do Orçamento, João Leão, para discussão das matérias para o setor que vão constar no Orçamento do Estado para 2018 (OE2018), nomeadamente o descongelamento das progressões.

"O Governo diz-nos que quer garantir o direito às progressões em 2018, mas apresentou-nos uns quatro ou cinco cenários, apenas cenários, no sentido do faseamento do pagamento das respetivas posições remuneratórias", disse José Abraão.

"Qualquer um dos cenários que nos foi apresentado pressupõe o faseamento e fracionamento no pagamento" das progressões aos trabalhadores da administração pública, reforçou o dirigente da FESAP, para quem esta opção é "inaceitável".

"Não podemos aceitar que um trabalhador que tem direito a uma posição remuneratória desde 2012, que tem créditos de avaliação já anteriores a 2010, que agora (...) vai ter o direito à mudança da posição remuneratória em janeiro e vai receber em três, quatro ou cinco anos", defendeu o sindicalista.

José Abraão exigiu "medidas concretas", acrescentando que o Governo ficou de enviar documentos para a próxima reunião, no dia 06 de outubro.
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