Desobediência e dano. MP deduz acusação contra ativistas do Climáximo após invasão de Tires

por RTP
Os ativistas protestavam no aeródromo contra as emissões de gases poluentes produzidas pelo setor da aviação de luxo Climáximo

O Ministério Público deduziu acusação contra seis ativistas do movimento Climáximo que há um mês invadiram o aeródromo de Tires, Cascais. De acordo com a Procuradoria, é apontada aos arguidos a prática de “um crime de introdução em lugar vedado ao público, um crime de atentado à segurança de transporte por ar, água ou caminho-de-ferro, um crime de dano qualificado, um crime de dano e um crime de desobediência”.

De acordo com um comunicado do final da tarde desta quinta-feira, a Procuradoria-Geral Regional de Lisboa fez saber que “o Ministério Público deduziu acusação, sob a forma de processo abreviado, contra seis arguidos pela prática de um crime de introdução em lugar vedado ao público, um crime de atentado à segurança de transporte por ar, água ou caminho-de-ferro, um crime de dano qualificado, um crime de dano e um crime de desobediência”

Refere a acusação que há um mês, dia 6 de dezembro, os membros do grupo de ativistas ambientais Climáximo se dirigiram ao Aeródromo Municipal de Cascais com o objetivo de atingir os aviões ou avionetas que estivessem na zona reservada com tinta, às quais pretendiam ainda acorrentar-se.

“Os arguidos abeiraram-se da vedação que circunda o Aeródromo e procederam ao corte da vedação junto à zona reservada de segurança do Aeródromo, após o que entraram na zona reservada de segurança e dirigiram-se à placa C, onde se encontrava estacionada uma aeronave, tendo os arguidos se encaminhado até à mesma e dois deles acorrentaram-se ao trem de aterragem traseiro e dianteiro. Outro dos arguidos pulverizou de tinta vermelha a aeronave”, descreve o comunicado da Procuradoria-Geral.

A PSP, chamada ao local, terá advertido “os arguidos que a sua conduta constituía diversos crimes, advertência que os arguidos ignoraram, declinando as ordens emanadas pelos agentes policiais”.

Os ativistas protestavam no aeródromo contra as emissões de gases poluentes produzidas pelo setor da aviação de luxo. Num comunicado dado a conhecer nesse dia 6 de dezembro, refere o Climáximo “que uma viagem num jato privado entre Londres e Nova Iorque emite mais dióxido de carbono do que uma família portuguesa num ano inteiro”.
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