Para o atual exercício fiscal, que no Japão termina a 31 de março, muitos exportadores assumiram uma taxa de câmbio com o dólar de 80 ienes e com o euro de 100 ienes, valores abaixo dos atuais 82 e 106 ienes, respetivamente, o que significa que as moedas estrangeiras estão mais fortes, algo que terá repercussões positivas nos seus resultados finais.

Entre os principais exportadores, pilar que sustenta cerca de 40 % do Produto Interno (PIB) do país, os mais beneficiados serão os fabricantes de automóveis, de acordo com o jornal Nikkei, dado que verão os ganhos aumentar em cerca de 100.000 milhões de ienes (mais de 940 milhões de euros).

O iene caiu para o seu valor mínimo em sete meses face ao dólar norte-americano na última semana, após o candidato às eleições de 16 de dezembro, Shinzo Abe, o qual é apontado como favorito nas mais recentes sondagens, se ter mostrado favorável no seu programa eleitoral ao reforço da flexibilização monetária, indicaram analistas ao jornal, em declarações citadas pela agência noticiosa espanhola Efe.

A depreciação continuada do iene desde então tem propiciado ganhos às empresas exportadoras, com avanços significativos na bolsa de Tóquio, que alcançaram os 17 % no caso da Honda Motor.

As grandes empresas eletrónicas e tecnológicas também serão beneficiadas a manter-se a tendência, como a Sony, a qual poderia aumentar os seus lucros operacionais para este exercício fiscal até 12.000 milhões de ienes (113 milhões de euros).

Outras companhias, como a Canon e a Nikon, cujas ações dispararam cerca de 20 % na praça financeira de Tóquio na última semana, incrementariam, por seu turno, os lucros operativos em cerca de 15.500 milhões de ienes (146 milhões de euros), refere o Nikkei.

A persistente apreciação da divisa nipónica, considerada uma moeda refúgio em alturas de dificuldade económica, prejudicou gravemente a competitividade das empresas exportadoras do país ao longo do último ano.