Distribuidoras da EDP adquirem 5,7% do total negociado em leilão energia

As três distribuidoras de energia eléctrica no Brasil controladas pelo grupo português EDP adquiriram, juntas, 5,7 por cento do total de 92.919.600,000 megawatts/hora(MWh) negociados durante o segundo leilão de energia existente.

Agência LUSA /

A Câmara de Comercialização de Energia Eléctrica anunciou hoje que a Bandeirante Energia, Escelsa e Enersul compraram, respectivamente, 2.911.963,578 MWh (3,134 por cento do total negociado), 1.456.723,880 MWh (1,568 por cento) e 960.858,928 MWh (1,034 por cento).

O leilão de energia "velha", proveniente de empreendimentos já existentes, terminou na madrugada de hoje em São Paulo, após mais de 18 horas de duração, e movimentou 7,7 mil milhões de reais (2,2 mil milhões de euros).

O preço médio foi de 83,13 reais por MWh (24,26 euros/MWh), com entrega da energia a partir de 2008 durante oito anos.

A desvalorização do preço médio em relação ao lance de abertura do leilão de 99 reais (29 euros) por MWh, determinado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), chegou a 16 por cento.

Ao todo foram vendidos 1.325 lotes de energia de 1 MW médio cada, 20 deles pela Enersul.

Trata-se de um leilão em que os vendedores oferecem os seus menores preços para a entrega da energia gerada e ganha quem vender pelo menor preço.

Com isso, o governo brasileiro quer garantir tarifas mais baixas para os consumidores sem afectar o rendimento das empresas, pois cada uma delas sabe qual o menor preço que pode oferecer.

No total, 49 empresas do sector eléctrico participaram no evento.

O leilão para energia a ser distribuída a partir de 2009 foi suspenso.

A realização de leilões entre empresas de produção e de distribuição de energia é uma das mudanças no modelo do sector eléctrico apresentadas pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

O primeiro leilão, realizado em Dezembro do ano passado, movimentou 72 mil milhões de reais (21 mil milhões de euros) e teve a participação de 18 empresas produtoras de energia e 35 distribuidoras.

Os contratos assinados foram para fornecimento de energia a partir de 2005, 2006 e 2007, com prazo de duração de oito anos.

Pela regra antiga, as empresas produtoras e distribuidoras de energia eléctrica poderiam negociar livremente o preço para fornecimento de electricidade a partir deste ano.

O governo de Lula da Silva modificou a regra por temer que as empresas fechassem contratos com preços elevados e prejudicassem os consumidores com tarifas caras.

Agora, as empresas produtoras e distribuidoras são obrigadas a negociar publicamente seus preços.

A EDP - Energias de Portugal está desde 1996 no Brasil, onde possui investimentos de mais de 1,55 mil milhões de euros nos sectores de produção, distribuição e comercialização de energia.

O grupo controla as distribuidoras Bandeirante Energia (Estado de São Paulo), Enersul (Mato Grosso do Sul) e Escelsa, além da Enertrade, empresa de comercialização de energia.

No sector de produção, os destaques da EDP no Brasil são as barragens de Peixe Angical (452 megawatts) e Lajeado (902 megawatts), ambas no rio Tocantins, na região Norte.

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