Economia, infraestruturas e setores sociais prioridades do orçamento timorense

O primeiro-ministro timorense disse hoje que o Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2024 vai apostar no crescimento económico, no desenvolvimento de infraestruturas e nos setores sociais, apelando à colaboração de todos para a sua implementação.

Lusa /

"O novo orçamento de Timor-Leste reflete o nosso compromisso com o bem-estar e o desenvolvimento de nossa nação. Com um forte foco no crescimento económico, no desenvolvimento de infraestruturas, na educação, na saúde, na agricultura e na gestão de recursos, acreditamos que temos a capacidade de construir um futuro próspero e sustentável para todos os nossos cidadãos", afirmou Xanana Gusmão em Díli.

"A implementação bem-sucedida deste orçamento exige a colaboração e o envolvimento de todas as partes interessadas, incluindo o Governo, o setor privado, as organizações da sociedade civil e nossos cidadãos", vincou.

O líder do Governo falava no arranque das Jornadas Orçamentais, debate do executivo para definir as metas gerais do OGE para o próximo ano, e em que serão debatidos os tetos alternativos de despesas públicas para 2024.

O valor final do OGE será depois fixado em Conselho de Ministros antes da definição, por cada Ministério, das suas despesas e programas.

Intervindo no arranque do debate, Xanana Gusmão referiu-se à responsabilidade de desenhar um orçamento que ajude a "moldar a nação", com um plano financeiro para "influenciar o país e o seu futuro", e agradeceu o "apoio continuo e a resiliência" da população.

"A nossa nação percorreu um longo caminho desde a conquista de sua independência, e isso foi possível graças à determinação de nosso povo", referiu.

O primeiro-ministro vincou que o desenho do novo OGE deveria ter em conta os princípios orientadores que devem moldar as decisões financeiras, nomeadamente "transparência, responsabilidade, inclusão e sustentabilidade", que considerou essenciais para criar um país "próspero e em harmonia".

Xanana Gusmão disse que o Governo quer criar um ambiente que promova e atraia investimento estrangeiro, mas ao mesmo tempo "crie oportunidades para empreendedores locais e pequenas empresas".

"Ao apoiar esses setores, podemos liberar o pleno potencial de nosso povo e impulsionar um crescimento económico sustentável, não apenas através dos gastos do governo", disse.

O Governo continua a ser o grande motor do crescimento económico em Timor-Leste, com o setor privado a sentir grandes dificuldades em vingar e a economia ainda sem recuperar depois de vários anos de recuo do PIB.

O desenvolvimento de infraestruturas é outra questão de "suma importância para uma nação em crescimento", disse Xanana Gusmão, que explicou que "uma parte significativa do orçamento será destinada a projetos de transporte, água, saneamento, energia e telecomunicações".

"A melhoria de nossas redes rodoviárias e de transporte conectará comunidades isoladas, promoverá o comércio e facilitará a circulação de bens e serviços. Além disso, continuaremos a investir em fontes de energia renovável e a melhorar o acesso à eletricidade de forma ecologicamente amigável", disse.

Também a educação continuará a ser "prioridade central" do executivo, procurando não apenas contribuir para fortalecer o capital humano, mas também reduzir o desemprego e a pobreza, afirmou.

O OGE para o próximo ano, referiu, incluirá medidas de expansão e reforço das instalações de saúde, além de apostar na formação e recrutamento de profissionais, para criar "um sistema de saúde robusto que proporcione acesso universal a serviços de saúde de qualidade para todos em Timor-Leste".

No setor da agricultura, o que emprega o maior número de famílias no país, a aposta é incentivar técnicas agrícolas modernas, apoiar cooperativas agrícolas e medidas para aumentar a produtividade e a competitividade.

"Como nação rica em recursos naturais, temos o dever de os gerir de forma responsável. O nosso orçamento incluirá medidas para melhorar a gestão de recursos, promover práticas sustentáveis e investir em projetos de energia renovável", disse.

"Devemos proteger o nosso meio ambiente para as gerações futuras, garantindo que nossos recursos naturais são utilizados de forma economicamente benéfica e ecologicamente sustentável", considerou.

 

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