Economia portuguesa sofre a maior quebra desde 2009 no segundo trimestre

O Produto Interno Bruto português teve um recuo de 3,3 por cento no segundo trimestre de 2012 face ao período homólogo do ano passado, mostram as estimativas rápidas hoje publicadas pelo Instituto Nacional de Estatística. Trata-se da contração mais pronunciada desde o segundo trimestre de 2009. A contribuir para esta “redução mais acentuada” esteve o “comportamento da procura interna”, com a ênfase a recair no investimento. Foi ainda revista a contração de 2011 - dos 1,6 por cento inicialmente calculados para 1,7 por cento.

RTP /
O Produto Interno Bruto português está abaixo da linha de água há já seis trimestres consecutivos, desde o início de 2011 Rodrigo Baptista, Lusa

No trimestre de abril a junho, a economia portuguesa teve a contração mais acentuada desde o mesmo período de 2009. É o que indicam as estimativas rápidas do Instituto Nacional de Estatística, que registam um recuo homólogo – face ao segundo trimestre do ano passado – de 3,3 por cento.

A variação do Produto Interno Bruto em cadeia, relativa ao trimestre imediatamente anterior, evidencia uma quebra de 1,2 por cento.Embora não detalhe o comportamento das componentes do Produto Interno Bruto, por se tratar de estimativas rápidas, o INE dá “particular destaque” à diminuição do investimento.


De acordo com os dados do INE, a “redução mais acentuada do PIB foi determinada pelo comportamento da procura interna que registou um contributo mais negativo que o verificado no primeiro trimestre de 2012, com particular destaque para o investimento”.

Outro fator salientado pelo Instituto é “o contributo positivo da procura externa líquida”. Neste domínio pesa sobretudo uma quebra “mais intensa” das importações, levando em linha de conta que as exportações “desaceleraram”, ainda que tenham prosseguido uma trajetória de expansão.

Os cenários traçados pelo Governo e pela troika do Fundo Monetário Internacional e da União Europeia apontam para uma contração de três por cento no conjunto de 2012.
Recessão agravada em 2011
Relativamente aos números de 2011, o INE procedeu a uma revisão que agrava agora a contração do Produto Interno Bruto português para o conjunto do ano em mais uma décima de ponto percentual. Ou seja, a economia recuou, no ano passado, 1,7 por cento, contra a estimativa inicial de 1,6.

O Instituto Nacional de Estatística esclarece que a revisão fica a dever-se à inclusão de novos dados. Designadamente a alterações aos “dados do comércio internacional de bens”.

São igualmente revistas as variações do PIB para o último trimestre de 2001 e para o primeiro trimestre deste ano.

O INE calcula agora que a economia tenha recuado três por cento no quarto trimestre do ano passado – a anterior estimativa era de uma quebra de 2,9 por cento. Face ao trimestre anterior, os números atualizados deixam patente um recuo de 1,4 por cento, contra o cálculo inicial de 1,3 por cento.

Já a taxa em cadeia para o primeiro trimestre de 2012 manteve-se inalterada, com uma regressão de 1,2 por cento. Porém, a variação homóloga passou de uma contração de 2,2 para 2,3 por cento.
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