Edifícios poderão ter informação sobre consumo energético de computadores, eletrodomésticos e carros

por Lusa

Os certificados de desempenho energético dos edifícios poderão passar a apresentar informação sobre o consumo de computadores, eletrodomésticos e veículos elétricos em carga, no âmbito de um projeto que a Universidade de Lisboa inicia em outubro.

Melhorar o funcionamento e a otimização energética de edifícios e equipamentos, resolvendo algumas das limitações existentes, é um dos objetivos do projeto Self Assessment Towards Optimization of Building Energy (SATO)", liderado pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que tem início marcado para o próximo mês, segundo a instituição.

"Atualmente a avaliação energética de equipamentos não reflete as condições de utilização em cenários reais", frisou a universidade em comunicado.

Com a plataforma SATO, será possível "monitorizar e visualizar o consumo dos equipamentos ao longo da sua vida", de acordo com Pedro Ferreira, professor do Departamento de Informática e investigador do LASIGE (Laboratório de Sistemas de Grande Escala).

O projeto foi aprovado em maio, no âmbito do programa Horizon 2020, com um financiamento total de cerca de sete milhões de euros, sendo o orçamento português de cinco milhões de euros, dos quais mais de um milhão têm como beneficiário a FCiências.ID - Associação para a Investigação e Desenvolvimento de Ciências.

Guilherme Carrilho da Graça, professor do Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia da Universidade de Lisboa e investigador do Instituto Dom Luiz (IDL), é o cocoordenador deste projeto, que integra 16 parceiros europeus da academia e dos sectores público e empresarial.

A futura plataforma SATO permitirá detetar equipamentos com desvios de consumo que podem dever-se a mau funcionamento ou a avaria de componentes.

Esta possibilidade de visualizar o desempenho energético em tempo real e em condições reais de utilização é considerada uma mais-valia para as famílias, organizações e para a sustentabilidade do próprio planeta.

"Futuramente, os certificados de desempenho energético dos edifícios também poderão apresentar informação sobre o consumo de computadores, eletrodomésticos e veículos elétricos em carga e que são responsáveis por uma parte substancial do consumo energético", frisam os investigadores.

O projeto está dividido em três fases, que decorrerão nos próximos três anos.

Numa primeira etapa será adotada uma solução económica para avaliação do desempenho energético real de um edifício, incluindo todos os equipamentos que consomem energia.

Numa segunda fase serão desenvolvidos serviços de gestão de energia, auto otimizados e centrados nas necessidades dos utilizadores. Por fim, o sistema será testado em oito edifícios piloto situados, em três regiões da Europa.

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